Revistas antigas: papel X digital

21/08/2023

Temos uma importante coleção de revistas antigas de caráter não-acadêmico, que inclui:

  • Revistas populares encerradas, como Manchete, O Cruzeiro, A Cigarra, Amiga
  • Coleções antigas de revistas que ainda circulam, como Isto é, Claudia, Pais & Filhos
  • Jornais da imprensa alternativa dos anos 1960 e 1970
  • Revistas e jornais publicados pela ECA e seus estudantes

Trata-se de um acervo em suporte impresso, disponível apenas para consulta aqui na Biblioteca da ECA. Alguns títulos, entretanto, estão disponível online do site da Biblioteca Nacional, por exemplo, ou em outros locais. Fizemos uma lista completa das revistas, indicando a localização dos acervos digitais, quando existem. Procuramos manter essa lista atualizada e sempre que descobrimos que um título foi digitalizado, inserimos a url na lista.

Muitos pesquisadores pensam que temos essa coleção digitalizada aqui na Biblioteca. Eventualmente, recebemos pedidos para enviar cópias de fascículos ou volumes inteiros. A resposta para esse pedido é não. Não somos detentores dos direitos autorais das revistas, portanto só podemos digitalizar artigos, não os fascículos na íntegra (muito menos a coleção toda).

Mesmo que a gente tivesse autorização para digitalizar algum título, não teríamos condições práticas nem pessoal suficiente para tanto.

Nossa prioridade será sempre digitalizar os documentos gerados na própria ECA, como as teses, dissertações e TCC. A digitalização de revistas será feita pelos editores delas ou por alguma instituição de memória, como a Biblioteca Nacional.

Quanto à consulta do material impresso aqui na Biblioteca, é muito simples. Basta solicitar o título e os volumes desejados no balcão de atendimento. As revistas não podem ser emprestadas, mas os pesquisadores podem copiar trechos com seu próprio celular, desde que o uso a ser feito esteja de acordo com a legislação de direitos autorais.

Veja mais detalhes sobre a coleção nesta reportagem do Jornal da USP.


Não era só mais uma revista paulista de cultura

17/10/2022

Uma revista paulista de cultura, criada por jovens desconhecidos egressos da então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Clima circulou de 1941 a 1944, com certa regularidade no início e depois com alguma intermitência. Ao todo publicou 16 números, todos disponíveis impressos aqui na Biblioteca da ECA.

Nas páginas de Clima estrearam como críticos Antonio Candido na literatura, Paulo Emílio Salles Gomes no cinema, Decio de Almeida Prado no teatro, entre outros. De jovens desconhecidos conquistaram rapidamente o reconhecimento e convites para trabalhar na imprensa profissional paulista, essa é uma das razões da intermitência na publicação da revista após o primeiro ano.

Em depoimento a Heloisa Pontes, presente no livro Destinos mistos, Decio de Almeida Prado chama a atenção para o fato de que se tratava da estreia do grupo na crítica profissional:

“Mas ele [Lourival Gomes Machado] não escreveu nada antes do Clima, como eu também não escrevi nada sobre o teatro antes do Clima, como Antonio Candido não escreveu nada sobre literatura e nem o Paulo Emílio sobre cinema.”

Tinha seções fixas de crítica de literatura, cinema e teatro e também artes plásticas com Lourival Gomes Machado, música a cargo de Antonio Branco Lefèvre. Roberto Pinto Souza cuidava da seção de economia e direito, Marcelo Damy de Souza falava de ciência. A partir do número 11, de julho/agosto de 1942 passa a trazer gravuras de artistas como Claudio Abramo, Lívio Abramo, Oswaldo Goeldi e outros.

Gravuras de Livio Abramo para o nº 11, julho/agosto 1942

Todos os números da revista estão disponíveis em nossa Coleção especial de revistas antigas. No acervo digital da Biblioteca Brasiliana estão digitalizados os números de 1 a 7 e 13 a 16.


Arte em São Paulo

04/07/2022

“Quando uma revista como esta lança seu primeiro número, algumas perguntas aparecem imediatamente: Qual é o grupo que a edita? Será que sobrevive? O que eles querem?”

Nascida a partir da iniciativa individual do artista Luiz Paulo Baravelli, se apresenta no primeiro número como uma revista de artes plásticas, depois artes visuais, até virar uma revista de arte e cultura.

Trazia dossiês dedicados a Mira Schendel, Nelson Leiner… Traduções de textos de Paul Klee, Marcel Duchamp. Também em suas páginas apareciam contribuições de Regina Silveira, Sonia Salztein, Annateresa Fabris.

Capa nº 32 1985 (Capa: Walter Arruda de Menezes ‘Anônimo’)

Em 1986 a revista muda radicalmente, na forma e no conteúdo. Se até então tinha o formato horizontal, capas de papelão e encadernação em espiral, passa a ficar igual às outras revistas vendidas nas bancas. É nesse momento que passa a se dizer uma revista de arte e cultura. O objetivo era atingir um público maior e adiar a morte da revista.

Capa nº 36 1987 (Mira Schendel, ecoline e ouro s/papel japonês 40x300cm 1980)

Antes de enterrar ARTE EM SÃO PAULO porque falava de poucos para poucos, ela está agora com formato novo e uma outra linha editorial. Não pretende defender um movimento estético mas cobrir todas as manifestações culturais que poderá encontrar. […]. Ampliando seu público e suas pautas, aumentando sua carga informativa, ARTE EM SÃO PAULO está insuflando energia, vida e futuro em suas páginas.

Em suas páginas a arte dos anos 1980 era pautada de forma ampla debatendo o mercado, a crítica e o ensino de arte, assim como textos de artistas convidados. Sinta só:

  • Artes plásticas: uma produção típica dos anos 80, Gabriel Borba
  • Da técnica à imagem, Marco Buti
  • O livro como forma de arte, Julio Plaza
  • Falsificação, ou não? Verônica Balsa
  • Paul Klee: Caderno pedagógico: partes I e II
  • O artístico e o estético, Annateresa Fabris
  • Artemicro, Regina Silveira

Como acessar? Na nossa coleção de Revistas Antigas, basta pedir no balcão de atendimento.


As revistas e as eleições de 1989

01/10/2018

Os anos marcados por eleições são períodos muito profícuos para o debate e troca de ideias sobre política, visão de mundo e projeto de sociedade. No Brasil, a disputa eleitoral de 1989 foi uma referência importante para a vida política do país. Após praticamente duas décadas sob uma ditadura militar, a sociedade brasileira experimentava novamente a possibilidade de exercer o direito ao voto, prática essencial e indispensável num regime democrático.

Selecionamos em nosso acervo de coleções especiais os periódicos que, de alguma forma, abordaram no ano de 1989 o tema das eleições. As revistas Isto é senhor e Veja, por tratarem de assuntos relacionados, principalmente, à política e economia, publicaram diversas reportagens sobre as eleições presidenciais. Já uma edição da revista Visão (edição de janeiro), semanário sobre generalidades, trata das eleições municipais na cidade de São Paulo. Há também uma edição da revista Playboy, de agosto de 1989, que traz uma reportagem com um “raio x” dos candidatos, onde podemos descobrir, entre outras coisas, com qual idade deram o primeiro beijo, qual seu gênero musical preferido e qual a maior gafe de sua vida.Ao folhear as páginas dessas revistas podemos ter uma ideia do contexto social, econômico e político da época que, similarmente à eleição atual, foi caracterizado por polarização, violência e fake news. Vale a leitura! Essas revistas, e outras da coleção especial, estão disponíveis para consulta local na biblioteca.

A Coleção Especial de revistas da Biblioteca da ECA é formada por títulos não acadêmicos, de caráter popular ou jornalístico. Muitos são raros ou de difícil acesso. Por esse motivo, o acervo fica armazenado em área restrita e a consulta é mediada. Mas não é nada complicado, basta solicitar o títulos para os funcionários do atendimento. Acesse a relação de títulos por este link.


Anúncios de revista dos anos 1960

25/04/2016

O Cruzeiro foi uma revista semanal brasileira lançada em 1928 que cobria assuntos variados como a vida de celebridades do cinema, esportes, saúde, culinária, política e moda.

Em meio a suas páginas, o leitor encontrava propagandas variadas, de carros a produtos alimentícios. Resgatamos aqui alguns destes anúncios para que você sinta um pouquinho dos anos 1960.

Naquela época a Avon já cuidava da beleza dos brasileiros

O Cruzeiro, 25 de abril de 1964

O Cruzeiro, 25  abr. 1964

E o creme de leite adoçava dias amargos

O Cruzeiro 15 jul. 1967

O Cruzeiro 15 jul. 1967

 

Mas o bom mesmo era ser criança para comer leite condensado à vontade

O Cruzeiro, 04 nov. 1967

O Cruzeiro, 04 nov. 1967

Que criança não ia querer bater esse recorde?

A Piraquê já dava provas de que algumas coisas são eternas

O Cruzeiro

O Cruzeiro, 04 nov. 1967

Passado e presente se confundem  quando vemos estas embalagens…

 

Havia aqueles que esboçavam grandes sorrisos com uma simples garrafa de coca-cola

25 nov. 1967

O Cruzeiro, 25 nov. 1967

A preferida para acompanhar suas refeições em casa…

 

Mas havia quem preferisse Grapette

O Cruzeiro, 18 abr. 1964

O Cruzeiro, 18 abr. 1964

 

Naquela época o bom e velho fusca era uma marca da igualdade social

15 jul. 1967

O Cruzeiro, 15 jul. 1967

Independentemente de sua posição social, a montadora lhe dava os parabéns por comprar um Fusca!!

 

Parece ter ocorrido a tentativa de macular o bom ‘arroz com carne e ovo frito’  com o uso de ketchup

O Cruzeiro

O Cruzeiro, 25 abr. 1964

Foram anos realmente confusos…

Mas no fim das contas as pessoas aprendiam que o importante nessa vida é sorrir

O Cruzeiro, 19 out. 1968

O Cruzeiro, 19 out. 1968

 

*A revista O Cruzeiro faz parte da coleção especial do acervo da Biblioteca da ECA, sendo possível consultá-la aqui na Biblioteca.