ORCID, Researcher ID e outras paradas

11/12/2017

Assim que a USP tornou-se membro da Open Researcher and Contributor ID – ORCID e que os órgãos de fomento começaram a solicitar dos candidatos a bolsas e financiamentos que tenham seu código ORCID, várias perguntas ecoaram pelos corredores da ECA:

– Como assim, mais um registro?!

– Eu já tenho um Researcher ID, vou precisar desse outro também?

– Tenho que preencher tudo de novo?

– Vai automaticamente pro meu lattes?

Questões todas bastante relevantes numa situação em que a comunidade USP tem muitas demandas a atender, em várias frentes. E, infelizmente, nada é muito simples e automático, por enquanto.

Integrando os identificadores

Researcher ID e ORCID são identificadores diferentes e sim, é necessário ter os dois, porque a CAPES está pedindo o ORCID e a FAPESP já exige o Researcher ID há algum tempo.  Por enquanto, nada vai ou volta automaticamente da Plataforma Lattes.

A boa notícia é que não é necessariamente obrigatório preencher todos os dados novamente. Quem já tem seu Researcher ID e inseriu toda a sua produção nessa plataforma, pode fazer a integração com o ORCID e transferir todos os dados. É bastante simples, basta acessar seu perfil no Researcher ID e o sistema vai perguntar se você deseja criar um registro ORCID ou se já possui um. Escolha a sua opção e, em seguida, faça a integração dos dois identificadores. Este vídeo explica como fazer isso:

Concluída a integração, em seu perfil do Researcher ID vai aparecer um botão para intercâmbio de dados, ou seja, para jogar suas referências de um identificador para outro. É só clicar e seguir as instruções na tela.

Usando o Endnote para enviar referências

Mas, e quem ainda não tem o Researcher ID ou não inseriu seus trabalhos na plataforma? Nesse caso, é preciso criar um Researcher ID e puxar as referências dos artigos, livros e outros trabalhos de alguma base de dados na qual estejam indexados.

É possível puxar referências, por exemplo, do Portal de Busca Integrada da USP. Qualquer professor da ECA, desde que informe regularmente a Biblioteca sobre sua produção, deve ter muito material indexado na Busca Integrada.

Aí entra em cena outra ferramenta que nem todos conhecem: o gerenciador de referências Endnote. Os gerenciadores de referências ajudam o pesquisador a organizar suas leituras, armazenar as referências lidas ou por ler, elaborar listas em formato ABNT, fazer citações e, muito simpaticamente, importar referências de bases de dados e transferir para o Researcher ID. É gratuito e fácil de usar, basta entrar no link e criar uma conta. Seu Researcher ID já vai aparecer lá na interface do Endnote.

Feito isso, entre na Busca Integrada, clique em Identificação para ter acesso ao seu espaço privativo no sistema. Faça uma busca pelo seu nome e vá clicando na estrelinha que aparece ao lado do título para jogar as referências na sua pasta Meu Espaço.

Clique em Meu Espaço e veja lá todas as referências enviadas. Selecione todas elas, ou apenas as que forem pertinentes, vá até o canto superior direito da tela e selecione Enviar para Endnote.

Todas as referências serão enviadas para o Endnote, na pasta padrão denominada Não agrupado. Clique nesta pasta e transfira as referências para o Researcher ID.

Feito isso, é só enviar do Researcher ID para o ORCID, como explicamos mais acima.

Também é possível puxar referências de perfis do Google Acadêmico para o Endnote.

Difícil? Enrolado? Nem tanto. Se você for alguém que têm muitas publicações, talvez valha a pena seguir todos esses passos, para não ter que entrar manualmente todas as referências. Se precisar de ajuda, já sabe. Procure a sua biblioteca!


Gerenciadores de referência: normas da ABNT

26/05/2014

Na semana passada falamos aqui sobre algumas características de três gerenciadores de referência (Zotero, Mendeley e Endnote). Ainda no mesmo assunto, resolvemos testar como funcionam estes gerenciadores quanto à citação e referência de livros e artigos segundo as normas ABNT 6023, sobre elaboração de referências, e 10520, sobre citações em documentos.

Extraímos referências das bases de dados que assinamos e algumas do Dédalus também, sempre de forma automática. Portanto, não preenchemos informações manualmente e também não alteramos os dados importados.

Da mesma forma, as citações e referências foram geradas pelos programas sem que se tenha feito nenhuma edição. Vejamos como se saíram e observem que as falhas detectadas nas referências e citações estão sinalizadas em cor vermelha.

ZOTERO

Para o Zotero extraímos algumas referências do Dédalus, já que este gerenciador de referências é capaz de fazer isso de forma automática. Vejamos como se saiu:

Na citação ao longo do texto ficaria assim:

(KUNSCH, 2009)

(O’BRIEN; PONTING, 2013)

(SCHUIJER, 2008)

Enquanto isso, veja como ficariam as referências:

KUNSCH, M. M. K. (ORG. . Relações públicas: história, teorias e estratégias nas organizações contemporâneas. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 509

O’BRIEN, D.; PONTING, J. Sustainable Surf Tourism: A Community Centered Approach in Papua New Guinea. Journal of Sport Management, v. 27, n. 2, p. 158–172, 2013.

SCHUIJER, M. Analyzing atonal music: pitch-class set theory and its contexts. Rochester: University of Rochester Press, 2008. p. 306

As citações estão de acordo com a norma ABNT 10250 para citações, no entanto, a lista de referências precisaria de alguns ajustes.

Um problema bem chato do Zotero (e isso vale para o Mendeley) é que o formato de citação da ABNT não é dado entre as opções padrão. Assim,  é preciso procurá-lo numa lista em que existe quase uma dezena de formatos disponíveis, que são baseados na ABNT; alguns mais precisos, outros nem tanto. Por exemplo, num dos formatos baixados durante a elaboração deste post, a lista de referências gerada era totalmente correta, mas, só permitia citações no sistema numérico, aquele em que a citação aparece como nota de rodapé.

Veja como instalar o plugin do Zotero no Word para citações e referências

MENDELEY

No Mendeley aconteceu o mesmo que no Zotero, as citações estavam corretas e as referências precisavam de reparos. Como exemplo, todos os artigos vieram de bases de dados eletrônicas e, portanto, a referência deveria trazer o URL bem como a data de acesso, mas isso não ocorreu.

(CROSS; BENNETT; MEREDITH, 1996)

(FLECHA et al., 2012)

(O’BRIEN; PONTING, 2013b)

CROSS, I.; BENNETT, A.; MEREDITH, D. Music: computer use in musicological research. East Grinstead: Bowker-Saur, 1996, p.299-318, 1996.

FLECHA, A. C. et al. Redes de empresas e seus efeitos sobre o turismo (Portuguese). Business networks and their effects on tourism. (English), v. 52, n. 4, p. 386–406, jul. 2012.

O’BRIEN, D.; PONTING, J. Sustainable Surf Tourism: A Community Centered Approach in Papua New Guinea. Journal of Sport Management, v. 27, n. 2, p. 158–172, mar. 2013.

Tanto para o Mendeley como para o Zotero existem outras opções de estilo ABNT para download, antes de escolher uma das opções, vale a pena fazer alguns testes.

Veja como instalar o plugin do Mendeley no Word  para citações e referências:

ENDNOTE

No EndNote as citações precisam de reparos, pois a recomendação da ABNT é que os sobrenomes dos autores devem ser grafados em maiúsculas. Além disso, no caso dos artigos eletrônicos, ficou faltando a data de acesso.

(Bach, Zoroja e Merkac-Skok, 2014)

(O’brien e Ponting, 2013)

BACH, M. P.; ZOROJA, J.; MERKAC-SKOK, M. Social responsibility in tourism: system archetypes approach. Kybernetes, v. 43, n. 3/4, p. 587-600,  2014. ISSN 0368492X. Disponível em: < http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=aph&AN=95391290&lang=pt-br&site=ehost-live >.

O’BRIEN, D.; PONTING, J. Sustainable Surf Tourism: A Community Centered Approach in Papua New Guinea. Journal of Sport Management, v. 27, n. 2, p. 158-172,  2013. ISSN 08884773. Disponível em: < http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=aph&AN=85899068&lang=pt-br&site=ehost-live >.

Veja como instalar o plugin do EndNote no Word  para citações e referências:

Observações gerais sobre os três gerenciadores de referência:

Houve erros em todos os gerenciadores, mas, um mesmo erro se repetiu em todos: na referência de artigos de periódicos a norma da ABNT diz que o local de publicação é um elemento essencial a ser citado logo após o título do periódico, porém, nenhum dos programas preencheu esse requisito.

Apesar dos ajustes necessários, os três mecanismos se mostraram bastante interessantes, sendo atrativos para o pesquisador que deseja otimizar o tempo empreendido com a elaboração de listas de referências e citações.  Caso tenha dúvidas ou queira começar a utilizar algum destes gerenciadores, procure auxílio de um dos bibliotecários do Atendimento.


Sua biblioteca de referências

19/05/2014

Sabe aquele tempo que você perde inserindo as citações de forma correta no seu texto, depois colocando cada uma delas na lista de referências? Pode ser um tanto chato, não? Mas deixar de fazer isso não é possível, pois citar os documentos consultados é essencial, não importa se você esteja na iniciação científica ou no pós-doutorado. Existem programas que ajudam a fazer isso de forma automática. São os chamados gerenciadores de referências, que organizam e arquivam referências dos trabalhos que você cita ou pretende citar, inserem citações no texto e criam sua lista de referências. Se fizessem só isso já seriam bastante úteis, mas vão além dessa funcionalidade.

Há mais de uma dezena desses programas no mercado, alguns já bem estabelecidos e, além das características mencionadas, há outras comuns a todos ou a maioria deles: baixar ou exportar referências de catálogos de bibliotecas ou bases de dados especializadas, exportar e importar de um programa para outro, aplicativo para o editor de texto Word (que permite citar os trabalhos no momento da redação), anexação de arquivos em vários formatos, versões para acesso via internet e no desktop, compartilhamento de pastas e documentos. Um ponto negativo de todos eles é que não oferecem como padrão entre os estilos de citação, o da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), mas o download é bem simples e rápido.

A escolha de um deles depende de suas necessidades e de sua maneira de trabalhar. Vamos apontar alguns prós e contras de três desses programas, para ajudá-lo na escolha: EndNote Basic, Mendeley e Zotero.

EndNote Basic: é a versão online do software da Thompson Reuters para gerenciamento de referências, portanto permite interoperabilidade com as bases de dados da Thompson Reuters. Está há bem mais tempo no mercado que os outros dois, e muitas bases de dados oferecem formatos amigáveis de exportação para o EndNote. Por ser uma versão para acesso online, não precisa instalar nada, além disso oferece 2 GB de armazenamento de arquivos e é o software indicado por boa parte das bibliotecas da USP, o que significa que as bibliotecas estão melhor preparadas para ajudá-lo no uso desse produto. Assim como os outros gerenciadores, o EndNote Basic permite anexar um arquivo a seus registros, no entanto sempre que for acessar esse documento de um computador que não o seu, é preciso fazer o download do arquivo, o que pode ser um problema, por exemplo, se você precisa ler o documento no computador de uma biblioteca que não permita download.

Zotero: é o gerenciador de referência desenvolvido pelo Center for History and New Media at George Mason University. Surge primeiramente como um plugin para o Firefox, possui versões online e para desktop gratuitas. Nenhum outro oferece tanta facilidade para coletar referências de vários catálogos de bibliotecas, livrarias, YouTube, bases de dados especializadas etc., isso porque quando o Zotero identifica um site que tenha dados bibliográficos, um ícone no Firefox sinaliza isso e basta clicar nesse ícone e selecionar as referências desejadas; outra grande vantagem do Zotero é quanto aos arquivos anexados à sua coleção de referências, pela versão online é possível acessá-los de qualquer computador com internet, sem ter que fazer o download, pois o arquivo abre em uma página no seu navegador. Como desvantagens é o mais feinho dos três, oferece bem menos espaço de armazenamento, mistura suas tags com as dos autores dos artigos, o que, com o aumento de sua coleção gera confusão.

Mendeley: foi comprado pela Elsevier, o que de início gerou alguma ansiedade entre os usuários, no entanto, uma vantagem imediata disso é a interoperabilidade com as bases de dados da Elsevier. Permite sincronização com Zotero. Possui versões online e para desktop gratuitas,  na versão desktop é possível ler documentos anexados sem sair do programa, gerenciar PDFs, sendo possível fazer anotações, realçar e copiar trechos. Uma grande desvantagem é a diferença na ordem de exibição das pastas nas duas versões do programa, na versão online todas as pastas são mostradas em ordem alfabética, ignorando qualquer hierarquia que você tenha criado na versão para desktop, problema que deve ser corrigido em versões futuras, segundo equipe do programa.

As bibliotecas têm tentado se manter atualizadas em relação a esses programas, elaboram tutoriais, oferecem treinamentos.

Tutoriais

A Biblioteca da FEA fez um tutorial sobre Como gerir sua biblioteca no Mendeley

A Biblioteca da Faculdade de Saúde Pública preparou um guia de uso do EndNote