Peças de teatro essenciais

23/01/2017

Volta e meia nos deparamos com listas do tipo: 100 livros que todos devem ler, ou, os melhores livros do século XX, os melhores romances de todos os tempos etc. Às vezes divertidas, essas listas podem servir para ajudar na escolha do próximo livro a ler, mas é preciso olhar para elas com um pouco de indulgência, afinal as obras apontadas são quase sempre ocidentais, e um ocidente bastante reduzido, que abrange apenas Estados Unidos, Canadá e parte da Europa.

Tendo isso em mente e baseados em listas presentes nos livros O cânone ocidental, de Harold Bloom; e Como ler um livro, de Mortimer J. Adler e Charles Van Doren (ambos fazem parte de nosso acervo), fizemos uma lista de textos dramáticos essenciais.

A leitura de peças normalmente exige mais do leitor do ponto de vista da criação do cenário e do “mundo em que os personagens vivem e se movimentam, pois nas peças não encontramos descrições extensas como nos romances.”

Outra coisa interessante de ler peças, é que boa parte dos textos são curtos, podem ser lidos em pouco tempo, ou seja, quando estiver dando uma olhada na sua lista de leituras ao final do ano, vai ficar feliz.

Algumas dicas presentes no livro de Adler e Van Doren sobre a leitura de peças teatrais:

Imagine que tem uma meia dúzia de bons atores sob suas ordens. Explique a eles como devem dizer uma frase, como representar uma cena. Explique a importância das palavras e como aquela ação é o clímax da obra. p.181.
Outro conselho pode ser útil, sobretudo para a leitura de Shakespeare. Já sugerimos a importância de ler peças teatrais de uma vez só, quando possível, para captar a noção do todo. Entretanto, como as peças são quase todas em versos, e o verso é mais ou menos obscuro em certos trechos, devido às mudanças ocorridas na língua desde 1600, é conveniente ler uma passagem mais confusa em voz alta. Deve ser lida lentamente, como se fosse dirigida ao público, e com “expressão” – isto é, procurando dar sentido às palavras à medida que se lê. Este artifício simples pode resolver muitas dificuldades. Só quando ele falha é que devemos recorrer ao glossário ou às notas. p.181

Vamos à lista. Os títulos em negrito aparecem nas duas listas. Todas as peças citadas fazem parte do nosso acervo.

Jean Anouilh
Becket, ou a honra de Deus
Antigone

John Arden
As iniciativas do bom governo

Aristófanes
Comédias, especialmente
As nuvens
Os pássaros
As rãs

Bertolt Brecht
A alma boa de setsuan
Mãe coragem
Galileu
O círculo de giz caucasiano
A ópera dos três vinténs

Georg Büchner
Woyzeck
A morte de Danton

Pedro Calderón de la Barca
A vida é sonho
El alcade de Zalamea
O mágico prodigioso

François-René Chateaubriand
Atala
René

Jean Cocteau
A máquina infernal

William Congreve
The way of the world
Love for love

Pierre Corneille
O Cid
Polyeucte
Nicomède
Horácio
Cinna
Rodogune

Ésquilo
tragédias

Eurípedes
tragédias, especialmente
Medeia
Hipólito
As bacantes

Carlos Fuentes
Todos los gatos son pardos

John Gay
A ópera do mendigo

Jean Genet
O balcão

Johann Wolfgang von Goethe
Fausto

Henrik Ibsen
Hedda Gabler
Casa de bonecas
O pato selvagem

Eugène Ionesco
As cadeiras
A lição
O rinoceronte

Thomas Kyd
The Spanish tragedy

Tony Kushner
Angels in America (a Biblioteca tem apenas a segunda parte impressa, mas tem os dois DVDs da adaptação para cinema dirigida por Mike Nichols).

Gotthold Ephraim Lessing
Nathan the Wise

David Mamet
Speed-the-plow

John Marston
The Malcontent

Thomas Middleton e William Rowley
The changeling

Arthur Miller
A morte de um caixeiro viajante

Molière
Comédias, especialmente
O avarento
O misantropo
Escola de mulheres
O doente imaginário
Tartufo
e outras

Tirso de Molina
O sedutor de sevilha

Sean O’Casey
Juno e o pavão
The shadow of a gunman
The plough and the stars

Eugene O’Neill
Longa jornada noite adentro
Lázaro riu
The iceman cometh

Harold Pinter
A volta ao lar
The caretaker

Jean-Baptiste Racine
Tragédias, especialmente
Andrômaca
Fedra

Fernando de Rojas
A Celestina

Jean-Paul Sartre
Entre quatro paredes

Arthur Schnitzler
A cacatua verde

Bernard Shaw
peças e seus prefácios, especialmente
Homem e super-homem
Major Barbara
César e Cleópatra
Pigmalião
Santa Joana

William Shakespeare
Hamlet
Otelo
Rei Lear
Macbeth
Antônio e Cleópatra
Ricardo II
Henrique IV etc. etc. etc.,  pois “bibliotecas e teatros (e cinemas) não são capazes de contê-lo.”

Richard Brinsley Sheridan
Escola de má-língua
Os rivais

Friedrich Schiller
Maria Stuart
e outras

Sófocles
tragédias

August Strindberg
Rumo a Damasco
Senhorita Julia
e outras

Cyril Tourneur
The revenge’s tragedy

Lope de Vega
Fuente ovejuna
La Dorotea
Lost in a mirror
The knight of Olmedo
John Webster
The white devil
The Duchess of Malfi

Frank Wedekind
Lulu
O despertar da primavera

Oscar Wilde
A importância de ser prudente

Thornton Wilder
Nossa cidade
The skin of our teeth
The matchmaker

Tennessee Williams
Um bonde chamado desejo
Gata em teto de zinco quente
A rosa tatuada
À margem da vida

De outros autores são citadas coletâneas publicadas em outros países, do tipo Selected works, Seven comedies etc., que não temos no acervo.

Anton Pavlovich Tchekhov
Luigi Pirandello
Jean Millington Synge
Pierre Carlet de Marivaux
W.S. Gilbert
Francis Beaumont e John Fletcher
John Dryden
Ben Jonson
George Chapman
Lord Byron
Alfred Jarry
Heinrich von Kleist
Joe Orton
Sam Shepard
George Chapman


L’avant-scene théâtre

11/05/2015

Lançada em 1949, L’avant-scene théâtre é uma revista francesa voltada às artes do espetáculo.

Publicada quinzenalmente e no idioma francês, cada edição traz um texto dramático, complementado por fotografias de suas montagens, documentos inéditos e artigos de especialistas. Além disso, a publicação está atenta aos eventos da cena teatral, publicando críticas e crônicas escritas por renomados jornalistas.  Embora, majoritariamente, a revista publique textos de autores franceses, os estrangeiros sempre tiveram seu espaço garantido. Textos de  Harold Pinter, Edward Albee, Arthur Miller, Tennessee Williams, Brian Friel, Woody Allen, Philippe Minyana, Vinaver Michel, Jean Poiret e Agnès Jaoui foram publicados na L’avant-scene théâtre, uma forma de tornar estes autores conhecidos na França.

Tendo como princípio ‘acompanhar o teatro de seu tempo’, a revista é referência na área de Teatro e, diante de sua relevância, a Biblioteca da ECA mantém assinatura desta publicação impressa, que pode ser lida aqui  ou, ainda, emprestada para a comunidade USP.

avant-scene

Em nosso acervo o número mais antigo é de 1953 – quando a revista ainda era intitulada L’Avant-scène: journal du théâtre -, sendo que recebemos edições de todos os anos subsequentes. Com isso, é possível entrever a riqueza desta coleção que permite ao leitor conhecer e estudar textos e montagens teatrais realizadas ao longo de seis décadas.

Infelizmente, ainda não é possível recuperar via Dedalus o texto das peças teatrais publicadas em revistas do nosso acervo. Uma alternativa é acessar o site da própria L’avant-scene théâtre, em que é possível pesquisar por nome de autores e também pelo título das peças publicadas nos diversos fascículos.

Para consultar o catálogo da  revista, acesse o site http://www.avant-scene-theatre.com/  clique em ‘le catalogue’ e realize a pesquisa. Após, basta conferir no Dedalus se a Biblioteca dispõe do exemplar de seu interesse.


Peças de teatro

10/08/2012

Em nosso acervo temos peças publicadas em livros, em folhetos, peças não editadas e peças publicadas em revistas.

As primeiras estão todas catalologadas no Dedalus, o que torna bem mais fácil a recuperação. Já as peças publicadas em revistas não estão catalogadas em bases de dados que dê pra acessar na Internet, mas as publicadas nas revistas Teatro da Juventude, Revista de Teatro SBAT e Cadernos de Teatro, foram catalogadas em base de dados de acesso local.

A Revista de Teatro SBAT foi publicada de 1924 a 2002, e desde 1944 publica peças em seus fascículos, normalmente uma peça por edição. Ressurgiu em 2008 com apoio da Funarte e do Ministério da Cultura. Num de seus últimos números trouxe num encarte a peça 7 – O musical, de Charles Möeller e Claudio Botelho, nomes “prestigiados do moderno teatro musical brasileiro”.

A revista Teatro da Juventude tinha seu interesse voltado ao teatro infanto-juvenil. Circulou de 1965 a 1972. Mas, a exemplo da anterior, também reaparece em nova série, 23 anos após sua interrupção. Publicava três, quatro ou mais peças por edição. Em sua primeira fase publicou mais de 240 textos teatrais.

O Tablado, famoso grupo teatral de Maria Clara Machado, era o responsável pela publicação dos Cadernos de Teatro, que publicavam peças curtas ou análises de peças.

Veja alguns títulos publicados nessas revistas:

Soltando o verbo, de Zecarlos de Andrade

Buchicho, de Gilda Vanderbrande.

Cupido e Stanislawsky, de Ricardo Gouveia.

História do barquinho, de Ilo Klugi

A sopa de pedra, de Tatiana Belinky

Trativelindepraglutifitotinquelux, de Roberto Freire

Lambe-beiços e seu criado Cata-farelos, de Fábio Gaia

A moreninha, de Miroel Silveira

Onde também vale dar uma olhada atrás de textos teatrais é no site da Coleção Aplauso, que publica, além de peças de teatro, biografias de artistas e roteiros de cinema:

Então, ficamos combinados assim: se você não encontrou a peça de que precisa, fale com um dos funcionários do serviço de atendimento, pode ser que ela tenha sido publicada em alguma das revistas que temos no acervo.

Lista de peças publicadas nessas revistas.