Folha de rosto

13/09/2021

A folha de rosto é um elemento obrigatório na elaboração de trabalhos acadêmicos, mas ela também gera algumas dúvidas. Começando pelo termo usado para se referir a essa parte do trabalho, afinal, é folha ou página de rosto?

O Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia de Murilo Bastos da Cunha e Cordélia Robalinho de Oliveira Cavalcanti prefere o termo página de rosto, definindo-a como:

Página que, no início de um item (documento/livro), apresenta a informação mais completa sobre o título, a responsabilidade, indicações da área de publicação, distribuição e outros elementos pertinentes.

A norma brasileira ABNT NBR 14724, que trata da apresentação de trabalhos acadêmicos, adota folha de rosto, já que essa parte do trabalho acadêmico é formada por duas páginas, a frente e o verso da folha.

Na parte da frente da folha (anverso) deve constar:

  • a) nome completo do autor
  • b) título: em letras minúsculas, com exceção da primeira letra, nomes próprios e/ou científicos
  • c) subtítulo, se houver, deve ser precedido de dois pontos
  • d) indicação da versão original ou corrigida
  • e) número de volume: se houver mais de um, identificar em cada capa o respectivo volume
  • f) natureza: tipo do trabalho (dissertação ou tese) e objetivo (aprovação em disciplina, grau pretendido e outros); nome da instituição a que é submetido; área de concentração
  • g) nome do orientador e, se houver, co-orientador
  • h) local (cidade)
  • i) ano de depósito (da entrega)

Uma das dúvidas que surgem nesse momento do trabalho é se a versão corrigida da tese ou dissertação precisa de nova folha de rosto? Sim, é preciso indicar que se trata de versão corrigida, e eventualmente corrigir a ficha catalográfica, atualizando número de páginas ou qualquer outro dado.

Outra dúvida tem a ver com o item f da lista acima quando diz que deve-se indicar o ‘grau pretendido’. Algumas autoras não se sentem representadas pelo título de mestre, e perguntam se é possível usar mestra.  As Diretrizes… usam em seus exemplos doutora para autoras e mestre para ambos, embora dicionários digam que mestre é um substantivo masculino. O Houaiss diz também que mestra é a “mulher que se dedica ao ensino; professora”.

Embora não dicionarizada, essa acepção de mestra como mulher que obteve o grau de mestrado vem se impondo pela prática das pesquisadoras.

Já o verso da folha de rosto deve trazer a ficha catalográfica, que também deve ser atualizada caso se trate de versão corrigida, e a autorização para reprodução.

Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte

As Diretrizes para apresentação de dissertações e teses da USP – Parte I (ABNT) trazem modelos de páginas de rosto a partir da página 31, vale consultar.


Trabalhos acadêmicos e seus formatos

08/12/2014

Fomos convidados a participar do 4º Seminário de Pesquisas em Andamento, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da ECA/USP, cedendo alguns trabalhos acadêmicos de nosso acervo para a realização de uma exposição no encerramento do evento, no dia 29 de Novembro de 2014.

O Seminário foi organizado por um grupo de alunos do Programa, sob a responsabilidade da Profa. Dra. Elisabeth Lopes, e teve como objetivo “criar um espaço de troca de experiências entre pesquisadores das Artes Cênicas (e áreas afins) para ampliar a difusão das pesquisas em andamento e recém-concluídas na área”. A ideia de mostrar teses, dissertações e trabalhos de conclusão de curso com formatos especiais surgiu a partir da exposição Trabalhos de Arte, organizada pela Biblioteca da ECA no início de 2014, talvez a primeira mostra que apresentou ao público esse segmento tão particular da produção intelectual da Escola representada no acervo.

Os mestrandos Umberto Cerasoli e Nádia Satie, da comissão organizadora do evento, selecionaram para exposição os seguintes trabalhos:

BUENO, Luciana
Muito além da caixa cênica : a realização cenográfica contemporânea na cidade de São Paulo
Dissertação (Mestrado) – 2007
Orientador: RAMOS, Luiz Fernando
Localização: t792.025 B928m

CALLAS, Marcelo Girotti
O traje de cena como documento : estudo de casos de acervos da cidade de São Paulo / Marcello Girotti Callas.
Dissertação (Mestrado) – 2012
Orientador: VIANA, Fausto Roberto Poço
Localização: t792.026 C156t

GRINFELD, Fanny
Framboesas e cerejas
Tese (Doutorado) – 2003
Orientador: FAJARDO, Carlos Alberto
Localização: t709.8104 G867f

KAGUEYAMA, Flávia Adriana Ferreira
Poligrafias / Flávia Adriana Ferreira Kagueyama.
TCC, 2012.
Orientador: OLIVEIRA, Branca
Localização: TC2870

LIMA, Mariana Marcondes de
Projeto 1 : para um mergulho ; Projeto 2 : trafego entre o vazio do corpo
TCC, 2000.
Orientador: BUTI, Marco Francesco
Localização: TC376

LUCAS, Constança Maria Lima de Almeida, 1960-
Imagem e palavra
Dissertação (Mestrado) – 2007
Orientador: OLIVEIRA, Branca Coutinho de
Localização: t702.81 L933i

MASUKO, Wallace Vieira
HRMD : R / Wallace Vieira Masuko
Dissertação (Mestrado) – 2012
Orientador: Carlos Fajardo
Localização: t709.73 D826m

PELED, Yiftah
DTEEP dinâmicas e trocas entre estados de performance
Tese (Doutorado) – 2013
Orientação: TAVARES, Ana
Formato: 2 v (caixas) il.
Localização: t709.04074 P381d

PIMENTA, Rodrigo D’Avila
Móbil : cultura visual em movimento
TCC, 1998
Localização: TC3033

ROJAS, Yili Maria
Cadernos de partida
Dissertação (Mestrado) – 2010
Orientador: MUBARAC, Luiz Claudio
Localização: G t702.81 R741c

ZAMARIOLI, Débora
Cartografia de um corpo em cena : extração e codificação de matrizes corporais através do método Body Mind Centering
Dissertação (Mestrado) – 2009
Localização: t792.028 Z23c

Durante a exposição o público foi convidado a interagir com os trabalhos, manuseá-los e descobri-los. O interesse foi grande, com muitos buscando inspiração para enriquecer seu próprio trabalho.

foto: Nádia Satie

foto: Nádia Satie

foto: Nádia Satie

foto: Nádia Satie

Todos os trabalhos expostos, e muitos outros com características semelhantes, aguardam sua visita na Biblioteca da ECA.


Trabalhos de Arte

24/02/2014

Existe um pensamento visual? Não sei se esses Trabalhos de Conclusão de Curso, Mestrados e Doutorados, desenvolvidos na Graduação e Pós-graduação dos cursos de Artes Visuais respondem a essa pergunta. Mas, sendo uma pequena parcela do que nossos alunos têm feito nas últimas décadas, demonstram que o visível não se limita ao legível e que a visualidade é uma forma particular de articular nossa experiência frente ao mundo, contribuindo assim para melhor analisarmos as diferentes naturezas dos discursos, dos raciocínios e sensibilidades.

O texto do professor Claudio Mubarac abre caminho para refletirmos sobre os trabalhos acadêmicos da exposição Trabalhos de arte, que a Biblioteca da ECA apresenta entre os dias 17 de março e 17 de fevereiro. 

Não são apenas textos, são fotografias, cadernos de desenhos, gravuras, caixas de madeira, saquinhos cheios de sementes ou mel. Objetos atraentes  que podem ser tocados e manuseados à vontade, porque fazem parte do acervo de uma biblioteca.  Nessa exposição, para usar as palavras “roubadas” à autora da tese Framboesas e cerejas, a interatividade é permitida.

Veja a lista completa das obras expostas (e mais algumas):

Exposição Trabalhos de Arte

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Normalização de trabalhos acadêmicos: perguntas frequentes

26/08/2013

Durante a elaboração de seu TCC, dissertação ou tese, você terá que se deparar com as famosas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que tratam de normalização de trabalhos acadêmicos. Talvez você deixe esse encontro para o final, como fazem muitas pessoas, quando o desespero já está batendo à porta.

Existem várias normas que regulam a elaboração dos trabalhos acadêmicos. Normas que tratam de numeração das seções do documento, resumo, sumário, referência, lombada, índice etc. Dessas, algumas são realmente imprescindíveis, aquelas das quais você não conseguirá escapar, que são:

ABNT NBR 6023, que trata da elaboração de referências.

ABNT NBR 10520, sobre citações.

ABNT NBR 14724, apresentação de trabalhos acadêmicos.

Além dessas existem as Diretrizes para elaboração de dissertações e teses da USP, uma espécie de compilação de todas as normas da ABNT que regulam trabalhos acadêmicos.

A Biblioteca da ECA oferece orientação para normalização de trabalhos acadêmicos, esclarece dúvidas principalmente sobre referência e citação. Preparamos uma espécie de FAQ com as dúvidas mais comuns que nos chegam. As respostas aqui dadas baseiam-se nas normas da ABNT, nas Diretrizes para apresentação de dissertações e teses da USP e em recomendações dos programas de pós-graduação aqui da ECA.

Posso colocar nas referências textos que foram lidos durante a feitura do trabalho, mas não são citados?

Não. Nas referências devem estar apenas os documentos citados no texto, se não foi citado não coloque nas referências. Caso você queira listar outros documentos lidos durante a elaboração do trabalho, mas que não foram citados faça isso em lista à parte e chame de Bibliografia complementar, Leitura complementar, Indicações de leitura etc.

Todos os documentos relacionados nas Referências devem ser citados no texto, assim como todas as citações do texto devem constar nas Referências.[Diretrizes… p. 44].

Sou cineasta, artista plástico, jornalista, ator etc. já trabalho e, portanto, já tenho um nome no mercado, posso usar meu ‘nome artístico’ no trabalho, ao invés do nome completo?

As Diretrizes… dizem com todas as letras para usar o ‘nome completo do autor’ na capa, na lombada e na folha de rosto. Na lombada pode-se abreviar as iniciais dos prenomes se o espaço não for suficiente. Mas se você prefere usar seu nome artístico, vá em frente.

Devo listar nas minhas referências um texto que cito mas não tive acesso?

Essa é a famosa citação de citação, ou seja, quando você cita um trecho de uma obra a que não teve acesso; no texto é identificada pela expressão latina apud. Recomenda-se seu uso com moderação, apenas na impossibilidade de acesso ao documento original. Deve-se colocar em nota de rodapé o trabalho citado, mas não consultado e nas referências a obra realmente consultada.

Fiz várias entrevistas durante a feitura do trabalho, devo colocá-las nas referências?

Não. Cite em nota de rodapé. E ponha em apêndice a transcrição, áudio ou vídeo das entrevistas. As Diretrizes… recomendam que informações não publicadas ou verbais: informações obtidas de comunicações pessoais, anotações de aula, trabalhos de eventos não publicados, não devem ir para as referências, devem ser mencionadas em nota de rodapé.

A capa precisa ser azul marinho?

Os programas de pós-graduação não fazem essa recomendação, dizem apenas que dois dos exemplares impressos devem ser encadernados com capa dura.

Tenho que citar sites, documentos online, e, se sim, faço isso numa lista à parte?

Todos os documentos devem estar relacionados em listagem única. Quanto à referência de documentos online não há muita diferença, segue-se o mesmo padrão usado para documentos impressos, acrescentando-se o endereço URL e a data de acesso.

Fiz a tradução de um trecho citado, preciso colocar o texto original em nota de rodapé?

A norma diz que “quando a citação incluir texto traduzido pelo autor, deve-se incluir, após a chamada da citação, a expressão tradução nossa, entre parênteses.” Ou seja, não precisa. No entanto, documento disponível no site do PPGCI  diz que as “transcrições de textos em outros idiomas podem ser traduzidas ou mantidas no idioma original, a critério do autor. Em ambos os casos, devem ser mantidas as aspas. Se a citação for traduzida, o autor pode indicar o trecho no idioma original em nota, no rodapé da página.” [Guia para apresentação de dissertações e teses, p. 29].

Começo a numeração dos capítulos a partir da Introdução?

Todos os elementos textuais do seu trabalho, ou seja, aqueles que fazem parte de sua argumentação, devem receber um número de seção, portanto a Introdução deve receber número sim.

Vi em algum lugar que se a tese tiver mais de 250 páginas tem de ser dividida em dois volumes…

Nessa altura do campeonato, quando o povo começa a se preocupar com normas e a ansiedade já tomou conta, ninguém sabe onde leu isso ou aquilo. Essa recomendação de que a tese não tenha mais de 250 páginas num único volume não parte da ABNT, são recomendações dos programas de pós-graduação em Ciências da Comunicação e Ciência da Informação (PPGCOM e PPGCI). Ambos dizem que cada volume não deve ultrapassar 250 páginas.


Fichas catalográficas para teses

14/01/2013

Temos uma novidade para o pessoal que está terminando sua dissertação, tese ou trabalho de conclusão de curso: agora a ficha catalográfica, um item obrigatório na apresentação do trabalho, pode ser gerada automaticamente pelo próprio autor.

Basta preencher um formulário online disponível no site da Biblioteca. O programa gera na hora um pdf com a ficha pronta para ser “colada” no trabalho. Não é mais necessário aguardar que um dos bibliotecários prepare a ficha e mande por e-mail. Vejam como é simples:

http://www3.eca.usp.br/biblioteca/formularios/solicitacao.ficha.catalografica

E agora o serviço também pode ser utilizado pelos alunos que estão preparando seu trabalho de conclusão de curso.

O formulário é exclusivo para trabalhos acadêmicos. Para as publicações oficiais da Escola (livros e revistas editados pela ECA), são os bibliotecários que fazem a ficha. Os responsáveis pela publicação devem procurar a Biblioteca para as orientações necessárias.

O programa foi desenvolvido pela biblioteca do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP de São Carlos, que gentilmente nos cedeu o script.