Viagens na rede

22/07/2019

O mundo é um livro, e aqueles que não viajam leem somente uma página.

O trecho acima é uma citação de Santo Agostinho. Para você que não vai sair por aí desbravando novos mundos, ou mesmo se vai, mas não dispensa a companhia de um livro, fizemos uma seleção pra viajar enquanto uma rede acaricia suas costas.

Dito de outra forma, você pode aproveitar suas férias e ler sobre as viagens e aventuras de outros viajantes. Pensando nisso e levando em conta as características de nosso acervo fizemos a seleção abaixo. São viagens de aventura, pelas águas, por necessidade, regressos, viagens oníricas, relatos reais. Aproveitem!

Como nosso interesse é a literatura dramática, começamos por aí.

August Strinberg, dramaturgo sueco, tem entres seus estilos o que seus críticos chamam de dramas oníricos, ou “peregrinações dramáticas”. As duas peças abaixo se encaixam nessa classificação. A primeira é uma peça infantil feita sob encomenda.

A viagem de Pedro, o afortunado

Rumo a Damasco

O passageiro do expresso, de José Rodrigues Miguéis, traz uma parte de sua ação na cabine do Expresso Internacional, “ouve-se o rumor abafado dos rodados, adivinha-se o balanço suave do Expresso zumbindo nas curvas”.

Quem pensa que da pena de Tennessee Williams só saíram textos teatrais, pode experimentar a novela Andanças de um cavaleiro:

Quando Gewinner Pearce voltou para casa, depois de viajar durante vários anos com seu tutor e companheiro, o agora falecido Dr. Horace Greaves, tudo o que ele viu em volta do aeroporto, incluindo o próprio aeroporto, se tornara tão irreconhecível aos seus olhos que chegou a pensar que o avião descera em outra cidade.

Dois clássicos nacionais também figuram em nossa lista.

Macunaíma (Mario de Andrade) parte da Amazônia e vem dar em São Paulo, passando por caatingas, rios…

Em Grande Sertão: Veredas (Guimarães Rosa) Riobaldo narra suas andanças pelo sertão de Minas.

Tanto Riobaldo Tatarana quanto Macunaíma não são exemplos de viajantes puros, suas sagas acontecem por necessidades.
FIGUEIREDO. Viagem e turismo, p. 207

Ainda na literatura nacional, Dicionário do viajante insólito, de Moacyr Scliar:

Viajante contumaz, Scliar socorre-se do tema viagem para praticar a boa literatura, percorrendo países e perscrutando a ansiosa alma do turista em um relato saboroso que conduz a situações com as quais muitos de nós certamente nos identificamos.

No universo da aventura Treasure Island, de Robert Louis Stevenson:
Jim Hawkins e seus amigos partem para a Ilha do Tesouro em busca do tesouro enterrado do Capitão Flint.

Ainda no universo das viagens de aventura pela parte aquosa do mundo, Moby Dick, de Herman Melville.

Se você prefere os diários de viagens, três indicações:

No Diário de Moscou, Walter Benjamin fala dos dois meses que esteve naquela cidade no final de 1926 e início de 1927.

o texto também pode ser lido como uma crônica urbana expressiva da capital russa, sob uma ótica estrangeira dez anos pós-Revolução.

Nos Diários de bicicleta, David Byrne “convida para dar umas voltas de bicicleta” por cidades como Berlim, Istambul, Manila, São Francisco etc.

Piratas no fim do mundo, é, como diz seu subtítulo, “o diário de uma viagem à Antártida para afundar baleeiros”. É o editor da revista Super Interessante, Denis Russo Burgierman, que narra a aventura.

Pronto, agora arme sua rede e viaje na viagem.

 

 

 

 

 

 


Leitura nas férias: explorando o acervo

19/12/2016

Aproveite as férias e a pausa nos estudos para explorar o acervo da biblioteca em busca de leituras variadas. Neste post indicamos alguns livros do acervo que podem ser excelentes companhias para o período de férias!

Criação.   Nesta obra Gore Vidal leva o leitor ao século V a.C., período em que se conceberam idéias filosóficas, sociais e políticas que mudaram o curso do mundo antigo. O protagonista da história é Ciro, neto do profeta Zoroastro, que viaja como embaixador para além das fronteiras da Pérsia à procura de riqueza e, sobretudo, de respostas às perguntas acerca da criação e da origem do mundo.

The magic orange tree and other haitian folktales. Diane Wolkstein foi a responsável por coletar e apresentar ao leitor desta obra  variados contos do folclore haitiano. Precedendo cada conto, Diane traz uma breve explicação sobre o mesmo, o que colabora para que adentremos neste rico território em que há uma figura especial: o contador de histórias, figura que ganha destaque nesta obra.

A sangue frio: relato verdadeiro de um homicídio múltiplo e suas conseqüências.  Truman Capote conta a história da morte de toda a família Clutter, em Holcomb, Kansas, no ano de 1959, e dos autores da chacina. Além de narrar o assassinato do fazendeiro Herbert Clutter, de sua esposa Bonnie e dos filhos Nancy e Kenyon, o livro reconstitui a trajetória dos assassinos e as possíveis motivações para o crime.  A precisão factual do relato deste romance de não-ficção, entretanto, já foi posta à prova.

sereiaO canto da Sereia: um noir baiano. Nelson Motta ambienta este romance numa Bahia em que nunca se viu nada parecido. O assassinato da musa do carnaval, em plena terça-feira gorda, eletrizou Salvador – quem teria motivos para matar a linda Sereia, que aos 22 anos se tornara uma estrela exuberante do pop nacional? A princípio ninguém, mas a lei do suspense clássico também vigora nesta trama. Incluindo o mordomo, são todos suspeitos – os produtores artísticos, a fiel empresária, o compositor dos hits de Sereia e a mãe de santo mais poderosa da Bahia. Nesta obra, o autor desvenda a indústria do disco sob um ponto de vista divertido e original – o olhar de Augustão, o investigador particular, o detetive que não vive sem sexo, drogas e afro-jazz.

Lendas brasileiras. Nessa  obra o folclorista Luis da Câmara Cascudo  oferece ao leitor 21 lendas criadas pela imaginação de nossa gente e que são apresentadas agrupadas conforme sua distribuição pelas diversas regiões geográficas do país. Da Cobra Norato à Chico Rei, entre outras lendas, o leitor é convidado a explorar este universo da história oral brasileiro que foi sendo transmitido entre as gerações.

Super-heróis. Organizado por Gerson Lodi-Ribeiro e Luiz Felipe Vasques ‘Super-Heróis’ é uma coletânea sobre estes seres capazes de nos inspirar por seus feitos assombrosos e sacrifícios em prol de um mundo melhor. Nas 14 histórias apresentadas a justiça não escolhe campo de batalha, sejam os becos sujos de uma metrópole, os rincões afastados do interior brasileiro, uma Lisboa prestes a ser invadida por Napoleão ou a arena política onde se decide o destino da sociedade. Para o alto e avante!

Várias histórias. O enfrentamento dos preconceitos e da hipocrisia molda o universo ficcional de Machado de Assis Sua prosa melancólica dialoga com o leitor para criticar as convenções sociais. Os contos aqui  reunidos comungam com o interesse central do realismo de Machado de Assis: transfigurar artisticamente as questões morais da sociedade carioca do século XIX. Além de 16 contos, esta obra traz comentários críticos do professor José de Paula Ramos Jr.

Anos rebeldes. Flávio de Campos fez esta adaptação para romance da minissérie de Gilberto Braga que é uma viagem pelo passado recente dos primeiros anos da ditadura militar no Brasil, tendo como personagens centrais jovens estudantes cariocas que enfrentam os dilemas impostos pela situação gerada pelo regime.

O guardião de livros.  Uma escrava muda conta um segredo guardado durante 200 anos; um escravo apaixona-se por quem não deve; uma carioca leva um português a descobrir as delícias do sexo; um cientista judeu a quem são confiados dois livros raros naufraga nas ilhas Malvinas. Estas são algumas das personagens do romance de Cristina Norton, que narra a vida de um bibliotecário hipocondríaco que, em 1811, atravessa o Atlântico rumo ao Brasil acompanhado por 76 caixotes contendo o acervo da Real Biblioteca do Palácio de Ajuda, inicialmente esquecida no cais de Belém no momento da saída apressada da Corte portuguesa para o Brasil em 1808.

invasorO invasor. Marçal Aquino narra a história de três engenheiros que são sócios numa construtora e entram em conflito ao serem convidados para participar de uma falcatrua. Dois deles decidem eliminar o sócio que atrapalha o andamento dos negócios, mas não imaginam que estão entrando num  pesadelo de ambição, culpa e violência.


Dez livros de ficção de professores da ECA

21/12/2015

Você pensa que os professores da ECA apenas se dedicam à escrita acadêmica?

Alguns se aventuraram pela literatura de ficção, e produziram romances, contos, novelas. Preparamos uma lista de 10 livros para vocês conhecerem um pouco mais a produção dos professores da Escola. Todos fazem parte do acervo da Biblioteca da ECA.

1. Aquele rapaz

aquele rapaz

Do professor Jean-Claude Bernardet do curso de cinema. “É um retrato de época construído a partir de uma ótica que desliza do geral para o particular, a partir das proibições e censuras impostas pela família burguesa e das fugas, revoltas e recusas do filho que se reconhece no conceito de bastardo.”

2. Os histéricos: uma novela

histéricos

Jean-Claude Bernardet e Teixeira Coelho, ex-professor do curso de biblioteconomia, lançaram em 1993 pela Companhia das Letras esse romance epistolar.

3. Niemeyer: um romance

niemeyer

Uma biografia sobre Niemeyer que há vinte anos espera para ser escrita. Teixeira Coelho nos oferece “uma crítica à insaciabilidade moderna de biografar e ser biografado.”

4. Fliperama sem creme

fliperama

“Ser ou não ser (punk). Essa é a questão.” Do professor Teixeira Coelho.

5. Vamos ler Miroel Silveira

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Seleção de contos do ex-professor do curso de artes cênicas.

6. Três mulheres de três pppês

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Com edição bem cuidada da Cosac Naify e organização e posfácio do também professor da ECA, Carlos Augusto Calil, Paulo Emílio escreveu “seu livrinho de ficção […], estimulado por um concurso de contos do Paraná.” Paulo Emílio Sales Gomes foi professor do curso de audiovisual.

7. Cemitério

cemiterio

Duas obras inéditas de Paulo Emílio neste volume. Além da novela Cemitério, consta a peça Destinos.

8. Licor de amêndoas

Licor de Amêndoas

Contos do professor Victor Aquino, do departamento de relações públicas, propaganda e turismo (CRP). De um período em que o professor  assinava como Tupã Gomes Corrêa. Ainda do mesmo professor há o Cordel do CRP e e-books que podem ser baixados gratuitamente: http://goo.gl/UwVENv

9. Do tamanho do mundo

do tamanho do mundo

Da pena da professora Renata Pallottini, do curso de teatro, saíram muitos textos dramáticos, romances e poesias, muitos dos quais podem ser encontrados aqui na Biblioteca. Nesse título ela se aventura pela literatura infanto-juvenil.

10. Ataris Vort no planeta Megga: jornada para Alpha Centauri

ataris

O professor Artur Matuck, do CRP, se arrisca na ficção científica. Pela mesma coleção saíram dois outros títulos seus: Iompostioma e Kadmonvort.