Elizabete Ortiz e Rosa Maria Lima, funcionárias da Biblioteca da ECA com formação em conservação de acervo, participaram da Oficina Como Fazer – Confecção de embalagens para acondicionamento de documentos , nos dias 11 e 12 de novembro.
Promovido pela Associação de Arquivistas de São Paulo (ARQ-SP) e ministrado por Fernanda Brito, o curso mostrou, na prática, técnicas para confecionar alguns modelos de caixas e envelopes para conservação, com o objetivo de capacitar o profissional da área a criar suas próprias soluções de acondicionamente.
Segundo Elizabete, a prática e o conhecimento de técnicas de encadernação artesanal que Rosa e ela já adquiriram em cursos anteriores e no exercício de suas atividades na Biblioteca foi fundamental para o seu bom desempenho no momento da execução dos modelos.
As técnicas aprendidas já estão sendo compartilhadas com os demais funcionários da Biblioteca que trabalham com preservação de documentos.
Rosa e Elizabete confeccionaram, entre outras embalagens, as seguintes caixas:
Caixa Solander
Confeccionada com papelão rígido próprio para encadernação, com revestimento interno em Tyvec e externo em Museum Barrier Paper, é uma caixa bastante resistente, própria para acondicionar manuscritos e coleções especiais. Foi criada pelo botânico sueco Daniel Carlsson Solander.
Caixa em cruz com abas
Usada para guarda de livros, suas abas laterais evitam a entrada de poeira e luz. Feita com papel alcalino Archival Board, livre de ácidos e lignina, sem fibras recicladas nem branqueadores.
O curso foi pago com recursos da ProQual – Comissão do Programa Permanente de Qualidade de Produtividade da ECA USP, iniciativa de grande importância para a formação do corpo funcional da Universidade.
De acordo com o Dicionário brasileiro de terminologia arquivística, conservação é a “promoção da preservação e da restauração dos documentos”; preservação é a “prevenção da deterioração e danos em documentos por meio de adequado controle ambiental e/ou tratamento físico e/ou químico” e restauração, o “conjunto de procedimentos específicos para recuperação e reforço de documentos de documentos deteriorados e danificados”.
Preparamos uma seleção de livros para quem busca informações sobre essas áreas, todos disponíveis nas bibliotecas da USP. Para encontrar mais materiais, basta procurar no Dédalus pelos termos conservação, preservação, restauração combinados, se necessário, com os termos acervos, filmes, fotografias, vídeos e digital.
Para localizar artigos de periódicos, o caminho mais simples é pelo Portal de Busca Integrada, procurando pelos mesmos termos, em português e inglês.
Se precisar de ajuda, basta consultar os bibliotecários ou a bibliotecária!
Atenção: inserimos na lista o número de localização da Biblioteca da ECA ou, quando não temos o livro, da biblioteca mais próxima. Muitos livros, entretanto, constam em mais de uma biblioteca da USP. Confiram no Dédalus.
Acervos em geral
Programa de planejamento de preservação um manual para a auto-instrução de bibliotecas Autor: Jan Merrill-Oldham Jutta Reed-Scott; Ingrid Beck; Cláudio Roberto Pereira Brandt Editor: Rio de Janeiro Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos Data de criação/publicação: 2001
(F1811 )
Meio ambiente Autor: Sherelyn Ogden; Ingrid Beck; Elizabeth Lorkin Nascimento; Francisco de Castro Azevedo Assuntos: DOCUMENTOS (PRESERVAÇÃO CONSERVAÇÃO); PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE ACERVOS; MEIO AMBIENTE Editor: Rio de Janeiro Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos Data de criação/publicação: 2001 (F1804 )
Disaster management in archives, libraries and museums Autor: Graham Matthews 1953-; Yvonne Smith; Gemma Knowles Assuntos: PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE ACERVOS; BIBLIOTECAS (MEDIDAS DE SEGURANÇA); MUSEUS (MEDIDAS DE SEGURANÇA) Editor: Farnham Ashgate Data de criação/publicação: c2009 Formato: 229 p. (025.82 M439d )
Parâmetros para a conservação de acervos um roteiro de auto-avaliação Autor: Resource : The Council for Museums, Archives and Libraries Maurício O Santos; Patrícia Souza; Teresa Cristina Toledo de Paula; Resource: council for museums, archives and libraries Editor: São Paulo Edusp Vitae Data de criação/publicação: 2004 (069.53 P222r )
Do microfilme à imagem digital como executar um projeto para estudo dos meios, custos e benefícios de conversão para imagens digitais de grandes quantidades de documentos preservados em microfilme Autor: Donald J. Waters; Ingrid Beck; José Luiz Pedersoli Júnior Editor: Rio de Janeiro Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos Data de criação/publicação: 2001 (F1820 )
Manual de conservação preventiva de documentos papel e filme Autor: Dione Seripierri; Eunice Ribeiro Borges; Fátima Aparecida Colombo Paletta; Isabel Cristina Calherani; Maria Isabel Neves da Silva Odina; Marina Mayumi Yamashita; Vera Lúcia Moura Accioli Cardoso; Marcos Antônio Steiner Editor: São Paulo EDUSP Data de criação/publicação: 2005
FE – Faculdade de Educação (025.84 M294s )
Manual de pequenos reparos em livros Autor: Robert J. Milevski Ingrid Beck; Lygia Maria Guimarães; Angela Maria Machado Osório de Araújo Editor: Rio de Janeiro Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos Data de criação/publicação: 1997 IP – Instituto de Psicologia (F698 )
Caderno técnico: meio ambiente Autor: Ingrid Beck; Elizabeth Larkin Nascimento; Francisco de Castro Azevedo Assuntos: PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE ACERVOS; BIBLIOTECAS (CONSERVAÇÃO); MEIO AMBIENTE Editor: Rio de Janeiro Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos Data de criação/publicação: 1997
FE – Faculdade de Educação (Cx 003 Fol 0038 v.14-17 )
Condicionamento de ar e sua utilidade na preservação do material bibliográfico Autor: Elza Lyrio Mello Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação (5. 1967 São Paulo) Assuntos: PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE ACERVOS; AR CONDICIONADO Notas: Trabalho apresentado no 5o. Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, 8 a 15 jan. 1967, São Paulo. Editor: São Paulo E. L. Mello Data de criação/publicação: 1967 (F302 )
Pequenos reparos em material bibliográfico Autor: Margaret Alves Antunes Assuntos: PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE ACERVOS; LIVROS (PRESERVAÇÃO CONSERVAÇÃO) Títulos relacionados: Série:Notas de Biblioteca 2 Editor: São Paulo Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo Data de criação/publicação: 2010 (025.8 A635p 2010 )
Cadernos técnicos de conservação fotográfica Assuntos: CONSERVAÇÃO MUSEOLÓGICA; PRESERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE FOTOGRAFIAS Editor: Rio de Janeiro Funarte Data de criação/publicação: 2004
MAC – Museu de Arte Contemporânea (771.46 C122 )
Caderno técnico: procedimentos de conservação Autor: Ingrid Beck; Elizabeth Larkin Nascimento; Francisco de Castro Azevedo Editor: Rio de Janeiro Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos Data de criação/publicação: 1997
IP – Instituto de Psicologia (F706 ) MAE – Museu Arqueologia e Etnologia (FOL1531 )
Caderno técnico: armazenagem e manuseio Autor: Sherelyn Ogden Editor: Rio de Janeiro Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos : Arquivo Nacional Data de criação/publicação: 1997 Formato: 46p. ilus. Idioma: Português
IP – Instituto de Psicologia (F707 ) MAE – Museu Arqueologia e Etnologia (FOL1530 )
Procedimentos de conservação Autor: José Luiz Pedersoli Júnior; Sherelyn Ogden; Ingrid Beck; Elizabeth Lorkin Nascimento; Ana Virginia Pinheiro; Dely Bezerra de Miranda Santos; Cássia Maria Mello da Silva; Lena Brasil Editor: Rio de Janeiro Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos Data de criação/publicação: 2001
(F1802 )
A conservação de acervos bibliográficos e documentais Autor: Jayme Spinelli Júnior Editor: Rio de Janeiro Fundação Biblioteca Nacional, Dep. de Processos Técnicos Data de criação/publicação: 1997
FAU – Fac. Arquitetura e Urbanismo (025.84 Sp46c ) FE – Faculdade de Educação (025.85 S757c )
Planejamento de preservação e gerenciamento de programas Autor: Dan Hazen; Ross W Atkinson; Margareth S Child; Robert J Milevski; Linda Nainis Títulos relacionados: Série:Conservação preventiva em bibliotecas e arquivos 33-36 Editor: Rio de Janeiro Projeto de Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos Data de criação/publicação: 2001
(F1810 )
Novas ferramentas para preservação avaliando os efeitos ambientais a longo prazo sobre coleções de bibliotecas e arquivos Autor: James M. Reilly 1946- Douglas W Nishimura; Edward Zinn; Ingrid Beck; José Luiz Pedersoli Júnior Editor: Rio de Janeiro Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos Data de criação/publicação: 1997
IP – Instituto de Psicologia (F700 ) MAE – Museu Arqueologia e Etnologia (FOL1535 )
Caderno técnico: emergências com pragas em arquivos e bibliotecas Autor: Sherelyn Ogden Lois Olcott Price; Nieves Valentin; Frank Preusser Editor: Rio de Janeiro Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos : Arquivo Nacional Data de criação/publicação: 1997
IP – Instituto de Psicologia (F703 ) MAE – Museu Arqueologia e Etnologia (FOL1537 )
Uma abordagem de sistemas híbridos para a preservação de materiais impressos Autor: Don Willis Ingrid Beck; José Luiz Pedersoli Júnior; Rubens Ribeiro Gonçalves da Silva Editor: Rio de Janeiro Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos Data de criação/publicação: 2001 (F1821 )
Caderno técnico: administração de emergências Autor: Ingrid Beck; Elizabeth Larkin Nascimento; Francisco de Castro Azevedo Editor: Rio de Janeiro Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos Data de criação/publicação: 1997
FE – Faculdade de Educação (Cx 003 Fol 0040 v.20-25 ) IP – Instituto de Psicologia (F702 ) MAE – Museu Arqueologia e Etnologia (FOL1536 )
Caderno técnico: planejamento e prioridades Autor: Sherelyn Ogden Karen Garlick Editor: Rio de Janeiro Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos : Arquivo Nacional Data de criação/publicação: 1997
FSP – Faculdade de Saúde Pública (025.7 10 n.30/32 )
Programa de planejamento de preservação um manual para auto-instrução de bibliotecas Autor: Jan Merril-Oldham Jutta Reed-Scott; Ingrid Beck; Claudio Roberto Pereira Brandt Editor: Rio de Janeiro Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos Data de criação/publicação: 1997
IP – Instituto de Psicologia (F693 ) MAE – Museu Arqueologia e Etnologia (FOL1540 )
Historical perspectives on preventive conservation Autor: Sarah Staniforth; Getty Conservation Institute Editor: Los Angeles Getty Conservation Institute Data de criação/publicação: c2013
MAE – Museu Arqueologia e Etnologia (AM141 H673 )
Como fazer conservação preventiva em arquivos e bibliotecas Autor: Norma Cianflone Cassares Claudia Moi Notas: Bibliografia, p. 45-51 Editor: São Paulo Arquivo do Estado Imprensa Oficial Data de criação/publicação: 2000 (025.8 C343c e.2 )
Diálogos conservação de acervos de bibliotecas Autor: Norma Cianflone Cassares; Gloria Cristina Motta; Universidade de São Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas Editor: São Paulo SIBI/USP Data de criação/publicação: 2008 (025.8 G497d )
Manual de higienização de livros e documentos encadernados Autor: Fátima Aparecida Colombo Paletta Marina Mayumi Yamashita; Débora Ferrazoli Penilha Editor: São Paulo Hucitec Data de criação/publicação: 2004
(025.8 P157m )
Considerações sobre preservação na construção e reforma de bibliotecas planejamento e preservação Autor: Michael Trinkley Luiz Antonio Macedo Ewbonk; Ingrid Beck Editor: Rio de Janeiro Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos Data de criação/publicação: 2001 (F1812 )
Preservation issues and planning Autor: Paul N Banks; Roberta Pilette Editor: Chicago American Library Association Data de criação/publicação: 2000 (025.8 P933b )
El manual de preservación de Bibliotecas y Archivos del Northeast Document Conservation Center Autor: Sherelyn Ogden; Centro Nacional de Conservación y Restauración de la Dirección de Bibliotecas, Archivos y Museos de Chile Editor: Santiago CNCR – DIBAM Data de criação/publicação: 2000
ACERVOS AUDIOVISUAIS E DIGITAIS
Restauração digital do início ao fim
Autor: Galeria Ctein
Edson Furmankiewicz
Editor: Rio de Janeiro Elsevier Campus Focal Press
Data de criação/publicação: 2012
(770.28 C959r 2.ed. e.2 )
Structures of image collections from Chauvet-Pont-d’Arc to Flickr
Autor: Howard F. Greisdorf
Brian Clark O’Connor
Editor: Westport Libraries Unlimited
Data de criação/publicação: 2008
Formato: 180 p il.
Idioma: Inglês
(770 G824s )
O dilema digital 2 perspectivas de cineastas independentes, documentaristas e arquivos audiovisuais sem fins lucrativos
Autor: Andrew Maltz; Milton Shefter; Millard Shisler; Osvaldo Emery; Patricia de Filippi; Academy of Motion Picture Arts and Sciences Science and Technology Council
Editor: São Paulo Instituto Butantan
Data de criação/publicação: 2015
(025.8 S576sc e.2 )
Film curatorship archives, museums, and the digital marketplace
Autor: Paolo Cherchi Usai
Editor: Vienna Österreichisches Filmmuseum SYNEMA – Gesellschaft für Film und Medien
Data de criação/publicação: c2008
(025.1773 F487 )
Restauração, versões e a questão do original no cinema dois estudos de caso
Autor: Eduardo Victorio Morettin
Daniela Giovana Siqueira; Debora Butruce
São Paulo: Cultura Acadêmica, 2022
Editor: Marília Oficina Universitária São Paulo Cultura Acadêmica
Livros existem para serem lidos. E livros de bibliotecas existem para serem lidos e manuseados por muita gente, às vezes por muitos anos. Portanto, livros de bibliotecas sempre terão sinais de uso e da passagem do tempo.
Isso não chega a ser um problema, até porque livros podem ser reparados, encadernados, higienizados e até restaurados. Mas tudo isso tem custo e leva tempo, portanto temos que nos esforçar para não estragar muito e garantir que nossos livros se mantenham em condições de uso o maior tempo possível.
Então, vamos lá. Temos seis dicas de ações que devemos evitar, para não destruir livros que emprestamos das bibliotecas. Dicas que também servem para nossas coleções pessoais, claro.
1. Fazer rabiscos, grifos e anotações
O hábito de grifar o que nos interessa ou fazer anotações nas margens dos livros pode inviabilizar muito rapidamente a leitura para os próximos interessados. Isso é algo que jamais deve ser feito em livros de bibliotecas. Atrapalha a leitura, incomoda e pode até mesmo impedir que outras pessoas aproveitem o conteúdo do texto, dependendo do grau de “intervenção” aplicada e de quem for o leitor.
Já escrevemos sobre esse problema que nos preocupa muito neste post. Recebemos muitas reclamações sobre esse tipo de comportamento, que pode até ser classificado como vandalismo.
Importante: nem mesmo anotações a lápis estão liberadas, porque a ação de apagar com borracha pode rasgar o papel ou apagar a impressão. Além disso, apagar grifos e rabiscos é algo que toma muito tempo dos funcionários, tempo que poderia ser usado em outras atividades de conservação mais especializadas. Vejam só que coisa mais feia:
Há várias maneiras de fazer anotações de leitura sem bagunçar livros de uso público: digitalizar e usar um programa que permita editar os arquivos em pdf, fotografar trechos e jogar num arquivo de texto ou usar o bom e velho sistema do caderna e da caneta. Esse último ainda ajuda a fixar melhor os conteúdos, segundo vários professores.
2. Misturar comida, bebida e livros
Sim, sabemos que é muito difícil estudar sem tomar um cafezinho ou comer alguma coisa. Mas não custa tomar alguns cuidados. Não apoie copos e xícaras sobre os livros, cuide para não derrubar migalhas de pão, gordura e molho de tomate nas páginas, não manuseie o livro com as mãos sujas, tente manter distância segura entre os alimentos para o corpo e para a mente. Acidentes acontecem, vamos tentar evitá-los.
3. Tomar chuva
Livros não são guarda-chuva. Usar um livro para se proteger daquela chuvinha inesperada é uma péssima ideia. Dependendo da quantidade de água, do tipo de papel e no tempo em que o livro permanecer molhado, a perda pode ser total. Livros molhados ficam deformados, podem ser afetados por fungos, as páginas podem grudar umas nas outras ou rasgar. Quando sair com livros, procure sempre protegê-los com um saco plástico, por exemplo, evitando ao máximo o contato com chuva e outros líquidos.
Isso também vale para o transporte em dias não chuvosos. Levar livros, alimentos e garrafas com líquidos dentro da mesma mochila é arriscado, porque as embalagens podem se abrir e provocar pequenas calamidades. Se não der para evitar esse tipo de situação, é importante embalar e proteger bem o livro.
Em muitos casos, nossos técnicos conseguem salvar livros molhados, mas nem sempre. Quando recebemos um livro molhado e não conseguimos secá-lo em tempo de impedir que se estrague, temos que cobrar do responsável a reposição do item estragado. Tentemos evitar isso.
4. Colocar objetos nos livros
Dentro dos livros, só marcadores de páginas fininhos, feitos de papel, plástico ou tecidos, e que não soltem tinta. Um dos objetos mais nocivos são são os clips de metal, que podem enferrujar rapidamente, deixar marcas no papel e até provocar rasgos. Mesmo que a ideia seja retirar rapidamente o clip, é melhor evitar. Temos casos de livros que foram devolvidos com clips, os funcionários não perceberam e o livro foi para a estante com essa má companhia dentro dele. Resultado: o clip enferrujou e, ao ser retirado, provocou rasgos em várias páginas.
5. Manuseio incorreto
Além de não dobrar as páginas nem virar o livro do avesso, que todo mundo já sabe que não deve fazer, uma boa dica é tirar os livros das estantes do jeito certo. Não devemos puxar pela parte superior da encadernação, mas pelo meio do livro, como mostram essas imagens:
Esse cuidado simples evita que a encadernação se rasgue muito rapidamente. Se não houver espaço para puxar o livro da maneira certa, basta empurrar um pouco para trás os dois vizinhos dele.
6. Intervenções amadoras
Arrumar um estrago pode ser mais fácil do que consertar uma tentativa de “restauração” feita do jeito errado, como demonstra esse exemplo célebre:
O livro está rasgado? Avise os funcionários da Biblioteca, para que a gente faça os reparos com materiais e técnicas adequados. Colocar uma fita adesiva comum pode até piorar as condições do livro, porque essas fitas têm colas que atacam o papel e precisam ser removidas – um processo delicado e demorado.
Limpeza também é algo que deve ser feito apenas por profissionais habilitados. Algumas técnicas e produtos podem ser nocivos, tanto aos livros quanto às pessoas. Deixe isso conosco.
Para concluir
Informações sobre conservação de livros, documentos em geral, objetos, obras de arte etc são confiáveis apenas se vierem de profissionais especializados, ou de instituições da área. Restauradores e conservadores, ou arquivistas, bibliotecários e museólogos que tenham formação na área de conservação, por exemplo, são profissionais que devemos consultar.
Hoje é muito fácil encontrar informações sobre conservação de livros no Youtube, por exemplo, mas nem sempre são totalmente corretas. É preciso tomar cuidado.
Se você tiver dúvidas sobre o assunto, pode perguntar para a Biblioteca da ECA. Temos uma Oficina de Encadernação e Conservação com pessoal treinado e habilitado que pode responder a muitas questões ou, se for o caso, indicar profissionais ou instituições com mais conhecimentos. Outras bibliotecas da USP, como a da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, também contam com estrutura e pessoal especializado na área.
Algumas referências disponíveis online
Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos
A Biblioteca da ECA oferece aos seus usuários um acervo de filmes com cerca de 7000 títulos em DVD muito bem selecionados e organizados. A maior parte dessa coleção pode ser emprestada aos usuários USP, e os DVDs que não circulam podem ser vistos na Biblioteca, nas cabines individuais ou em pequenos grupos, nas salas de áudio e vídeo.
Temos filmes que dificilmente podem ser encontrados em outros locais, incluindo plataformas de streaming, por não serem títulos com apelo comercial. Alguns nem chegaram a ter distribuição comercial, ou estão esgotados há muito tempo.
DVDs, ao contrário do que muita gente imagina, são suportes frágeis. Riscam-se com muita facilidade, podem quebrar, são afetados pelo calor e pela umidade.
Quando as verbas para compra de material para as bibliotecas eram mais generosas, a Biblioteca procurava renovar constantemente o acervo, adquirindo vários exemplares dos filmes mais procurados e substituindo os que se estragavam. Atualmente, com pouco dinheiro, está cada vez mais difícil comprar DVDs. O crescimento do acervo se dá, sobretudo, por meio de doações.
Por todos esses motivos, é muito importante que todos colaborem com a conservação dessa coleção. Vejam aí algumas dicas para cuidar melhor de DVDs, tanto os da Biblioteca quanto os da sua coleção pessoal.
Principais causas de deterioração
Calor e umidade
Luz
Guardar de forma errada
Poeira, gordura, poluição
Embalagens inadequadas
Fungos
Manuseio incorreto
Má qualidade do material
Técnicas incorretas de limpeza
Medidas básicas para conservação
Idealmente, DVDs devem ser mantidos em ambiente com temperatura a 23º C e umidade relativa do ar a 50%, ambos estáveis. Mas, como é difícil manter esses padrões sem o uso de equipamentos de climatização, a alternativa é armazenar o acervo o mais longe possível de fontes de umidade e calor excessivo.
Nunca tocar na superfície de leitura. A oleosidade natural da pele deixa marcas no disco e contribui para a proliferação de fungos.
Não fazer anotações nem colar etiquetas. A cola e a tinta, com o passar do tempo, vão interferir na leitura do DVD. Etiquetas podem aderir no interior do equipamento de leitura e causar danos.
Manter sempre guardados em estojos plásticos próprios para DVDs, para evitar acúmulo de poeira na superfície de leitura. A poeira pode provocar riscos quando o disco é reproduzido. Pelo mesmo motivo, é necessário manter limpas as gavetas dos aparelhos de leitura. Os melhores estojos são aqueles com luvas, que usamos na Biblioteca, porque evitam que o miolo central do DVD se quebre.
Líquidos e alimentos devem ficar bem longe. Não carregue, na mesma mochila, seu sanduíche, sua garrafa de água e os DVDs da Biblioteca.
Como limpar
Para remover poeira e marcas de dedos, use um tecido macio que não solte fiapos.
Se o DVD tiver depósitos gordurosos ou sujeiras grudadas, a limpeza pode ser feita com um algodão embebido em solução de álcool isopropílico + água destilada (50% de cada). Secar sem deixar resíduos e esperar alguns minutos para devolver o DVD à sua embalagem.
Nos dois métodos, a limpeza deve ser feita do meio para as bordas (nunca em círculos), em movimentos sempre muito suaves. É a insistência que limpa, não a força!
Nada é para sempre
Cuidados simples ajudam a aumentar a vida útil dos nossos DVDs, mas é bom lembrar que o uso e o tempo vão, inevitavelmente, agir sobre os materiais. E mesmo com todos os cuidados que possamos tomar, a obsolescência tecnológica já está chegando aos nossos acervos.
O Cruzeiro foi uma revista semanal brasileira lançada em 1928 que cobria assuntos variados como a vida de celebridades do cinema, esportes, saúde, culinária, política e moda.
Em meio a suas páginas, o leitor encontrava propagandas variadas, de carros a produtos alimentícios. Resgatamos aqui alguns destes anúncios para que você sinta um pouquinho dos anos 1960.
Naquela época a Avon já cuidava da beleza dos brasileiros
O Cruzeiro, 25 abr. 1964
E o creme de leite adoçava dias amargos
O Cruzeiro 15 jul. 1967
Mas o bom mesmo era ser criança para comer leite condensado à vontade
O Cruzeiro, 04 nov. 1967
Que criança não ia querer bater esse recorde?
A Piraquê já dava provas de que algumas coisas são eternas
O Cruzeiro, 04 nov. 1967
Passado e presente se confundem quando vemos estas embalagens…
Havia aqueles que esboçavam grandes sorrisos com uma simples garrafa de coca-cola
O Cruzeiro, 25 nov. 1967
A preferida para acompanhar suas refeições em casa…
Mas havia quem preferisse Grapette
O Cruzeiro, 18 abr. 1964
Naquela época o bom e velho fusca era uma marca da igualdade social
O Cruzeiro, 15 jul. 1967
Independentemente de sua posição social, a montadora lhe dava os parabéns por comprar um Fusca!!
Parece ter ocorrido a tentativa de macular o bom ‘arroz com carne e ovo frito’ com o uso de ketchup
O Cruzeiro, 25 abr. 1964
Foram anos realmente confusos…
Mas no fim das contas as pessoas aprendiam que o importante nessa vida é sorrir
O Cruzeiro, 19 out. 1968
*A revista O Cruzeiro faz parte da coleção especial do acervo da Biblioteca da ECA, sendo possível consultá-la aqui na Biblioteca.
Livros despencados e páginas rasgadas não nos assustam. A Biblioteca da ECA tem uma oficina onde técnicos armados de papéis especiais, espátulas, prensas e até bisturis encaram a tarefa de conservar um acervo muito usado e manuseado.
Criada em 1994, a Oficina de Encadernação e Conservação conta hoje com três técnicos capacitados a higienizar, encadernar e realizar pequenos reparos nos livros, revistas e partituras do acervo. O pessoal, que já fez vários cursos de formação na área, também sabe fazer caixas e embalagens para conservação que ajudam a prolongar a vida útil dos materiais do acervo.
Você gostaria de conhecer de perto esse trabalho? Então venha. A Oficina estará recebendo visitas orientadas nos dias 23, 24 e 25 de março, sempre às 12 horas. É necessário fazer inscrição, clique neste link:
Evento encerrado. Aguarde novas programações.
A sala não é grande, então só poderemos atender um número limitado de pessoas em cada horário. Se você se inscrever e não puder vir, avise a gente.
Quem não puder vir nesses dias e horários, não precisa se preocupar, serão organizadas outras visitas nos próximos meses.
Para mais informações, converse com a Cecília, pelo telefone (11) 3091.4018.
Em bibliotecas o trabalho não acaba nunca. Todos os anos chegam materiais novos para o acervo, alunos e professores novos e também demandas de novos serviços. Ao contrário do que muita gente imagina, bibliotecas são lugares bastante animados para se trabalhar.
Resumidamente, o ano passado na Biblioteca da ECA foi assim:
58863 pessoas entraram na Biblioteca para pesquisar, estudar, ler, ver filmes ou ouvir música, dar aulas, assistir aulas, participar de treinamentos. Para consultar especificamente a Seção de Audiovisuais, vieram 5523 pessoas.
504 usuários solicitaram assistência direta aos bibliotecários para pesquisa, uso de recursos informacionais e normalização de trabalhos.
20176 itens foram emprestados e 8303 itens foram consultados localmente.
42 pedidos de cópias de artigos ou teses foram atendidos pelo sistema Comut.
Criamos e implantamos um programa permanente de treinamentos para promover o uso mais proveitoso das fontes de informação e serviços que oferecemos.
Realizamos duas exposições, uma delas no espaço da Biblioteca e outra em colaboração com o Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, no Teatro Laboratório.
Participamos do evento USP e as profissões, organizado pela Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária.
Nossa página do Facebook foi curtida por 3721 pessoas, avaliada com 75 estrelas por 73, com 4 estrelas por 22. Apenas 16 pessoas nos deram de 1 a 3 estrelas. No Twitter já temos 5611 seguidores e 3o em nossos 8 painéis no Pinterest (mas nossa conta é mais nova).
3096 itens novos foram catalogados e colocados à disposição do público.
12654 fascículos de revistas foram cadastrados no Banco Dédalus, operação que possibilita o empréstimo automatizado desses periódicos.
110 livros nacionais foram selecionados a partir de indicação de professores e já foram comprados. Devem chegar nas próximas semanas.
Outros 716 livros, nacionais e estrangeiros, foram selecionados para compra. Estamos aguardando a realização do pregão para compra desse material. Pregão é uma modalidade de licitação para compra de bens e contratação de serviços que tem por objetivo conseguir melhores preços.
Recebemos 8093 itens em doação (livros, DVDs, partituras, catálogos de exposição, CDs etc).
Foram renovadas 134 assinaturas de periódicos. Incorporamos ao acervo 50 novos títulos impressos recebidos em doação e selecionamos para entrar no catálogo 52 títulos em acesso aberto.
Tudo o que é muito usado acaba se deteriorando. Por esse motivo, temos que dedicar cuidados especiais ao acervo.
303 itens (livros, revistas e partituras) foram higienizados, encadernados ou receberam pequenos reparos.
Foram confeccionadas 23 embalagens especiais para conservação (envelopes, caixas e pasta).
Veja também, em nosso site, o quadro completo do acervo, com os totais de cada tipo de material que a Biblioteca mantém.
Atualmente muitas teses e dissertações têm anexos em suportes físicos diferentes do texto impresso em papel.
Os materiais são de vários tipos, embora os mais comuns sejam os CDs e DVDs. Os conteúdos são também os mais diversos: filmes, programas de TV e rádio, comerciais, palestras, peças teatrais, apresentações musicais, entrevistas, depoimentos, imagens fixas e tudo o mais que o autor considere necessário para ilustrar ou documentar seu trabalho, em vídeo ou apenas áudio.
Infelizmente, nem sempre essa documentação é entregue pelo autor devidamente identificada, etiquetada e vinculada ao texto do trabalho, e é dessa forma que chegam à Biblioteca. Eventualmente recebemos CDs e DVDs sem qualquer inscrição externa, sem embalagens e até sem conteúdo algum gravado. Também ocorre que o anexo esteja bem identificado, com estojos e etiquetas informando seu conteúdo, mas sem nenhuma explicação na própria tese sobre a finalidade do CD/DVD.
Os bibliotecários que fazem a catalogação das teses precisam abrir CDs/DVDs, visualizar seu conteúdo e procurar no texto explicações necessárias. Diante de um vídeo de 2 minutos que mostra, por exemplo, uma manifestação de rua, os bibliotecários se perguntam:
É o trecho de um filme analisado na tese? Que filme?
São imagens registradas pelo próprio autor para analisar comportamento de manifestantes?
São imagens cedidas por um cinegrafista e usadas para discutir formas de registro jornalístico de manifestações?
O exemplo é fictício e extremo, mas situações semelhantes são comuns no dia-a-dia e contribuem para tornar o trabalho mais moroso do que deveria.
Por esse motivo, tomamos a liberdade de sugerir aos autores algumas providências simples para agilizar o processo de catalogação e, consequentemente, a divulgação dos trabalhos acadêmicos para o público interessado. Não se trata de exigência oficial da Escola, mas apenas de uma sugestão da Biblioteca para facilitar o entendimento do trabalho pelos leitores.
1. Identifique os documentos audiovisuais com os seguintes dados mínimos: autor e título da tese ou dissertação; autor, título e data de cada um dos documentos gravados no CD/DVD; data de produção e duração em minutos dos trabalhos. Essa identificação pode ser feita em etiquetas, envelopes ou estojos, de preferência impressa ou escrita com letra legível. Evite escrever diretamente sobre os CDs/DVDs, porque a tinta poderá, com o passar do tempo, danificar o material. 2. Acrescente, no texto de seu trabalho, um anexo que descreva o conteúdo das outras mídias que o complementam. Relacione cada filme, foto ou gravação em áudio que as mídias contêm. Faça resumos sucintos, explicitando a relação do seu trabalho com os documentos audiovisuais anexados: ilustração, complemento, objeto de análise, produto resultante do trabalho etc. 3. Antes de depositar seu trabalho, peça para outra pessoa abrir cada CD/DVD num computador que não seja o seu, para verificar se todos os arquivos estão abrindo corretamente. É interessante especificar que programa será necessário para abrir os arquivos, no caso de não ser um programa muito comum.
Alguns modelos simples:
Anexo XX – DVD Registro em vídeo do espetáculo teatral XXX, adaptação da peça de William Shakespeare dirigida pelo autor desta dissertação e analisada nos capítulos 4 e 5. Intérpretes: Câmera: Duração: Gravada em 12 de fevereiro de 2011, no Teatro YY.
Anexo XX – CD Contém trechos das seguintes obras musicais, comentadas ao longo do texto: 1. Chopin: Prelúdio op. 28, n. 6, Si menor. Murray Perahia, piano. Gravadora CBS. 2. Heitor Villa-Lobos: Bachianas brasileiras n. 4: Prelúdio. Nélson Freire, piano. Gravadora Gema.
Anexo XX – DVD Conteúdo do DVD: 1. Vídeo experimental resultante da pesquisa de linguagem realizada para a dissertação. 15 min, 2009. Câmera e edição: …….. 2. Íntegra dos depoimentos dos artistas entrevistados durante a pesquisa: Antônio Leônidas de Souza (48 min, 2009); Helena Camargo (34 min, 2010).
Participei da mesa-redonda Música e memória, do 7º. Encontro Internacional de Música e Mídia, representando a Biblioteca da ECA.
O CD com os textos dos palestrantes já está sendo catalogado e logo estará disponível para consulta.
Abaixo, o texto da minha apresentação, contando um pouco da história do nosso trabalho relacionado à documentação musical.
A Biblioteca da ECA e o tratamento dos documentos musicais
por Marina Macambyra
A importância dada aos documentos musicais e audiovisuais é uma das características mais marcantes da Biblioteca da Escola de Comunicações e Artes da USP, que começou a formar acervos desses documentos no final dos anos 1960. A Biblioteca desenvolve padrões próprios para o tratamento de gravações sonoras, partituras, imagens fixas e imagens em movimento. Os manuais criados para divulgação dessas metodologias estão publicados no website da Biblioteca. As novas regras internacionais de catalogação de documentos trazem boas perspectivas para a Biblioteca da ECA, pois sua forma de trabalho está mais próxima das novas normas do que das antigas. 1. Uma biblioteca para ver, ouvir e tocar
A Biblioteca da Escola de Comunicações e Artes da USP tem como uma de suas características mais importantes a forte presença de documentos audiovisuais no acervo, marca que a distingue no cenário das bibliotecas universitárias brasileiras. Os documentos audiovisuais e musicais correspondem a cerca de quarenta por cento do total do acervo, fato que, por si só, já a tornaria uma biblioteca universitária diferente.
Mas não se trata apenas de uma questão quantitativa. Na Biblioteca da ECA os documentos sonoros, as partituras, as imagens em movimento e os acervos fotográficos têm tanta importância para o pesquisador quanto os documentos textuais e recebem tratamento condizente com sua relevância para o usuário. Esses documentos não são vistos como anexos dos livros e teses, nem como simples ilustração, muito menos como produtos destinados exclusivamente ao lazer. A Biblioteca destina espaços e equipes de bibliotecários e técnicos exclusivamente para o armazenamento, tratamento documentário e difusão da documentação audiovisual.
O acervo atual de documentos musicais é composto por 9242 discos (em vinil e CD), 1533 fitas cassetes e 12152 partituras, em constante crescimento. Compramos regularmente novos documentos, com verbas destinadas à aquisição de material bibliográfico pela Reitoria da USP e agências de fomento, e recebemos doações em quantidades expressivas. Também fazemos reprodução de documentos, copiando em CD o acervo em vinil e fita magnética, para possibilitar a divulgação do material sem comprometer sua conservação. O material está catalogado de forma cuidadosa, adequadamente armazenado e conservado e, em sua maior parte, registrado em bases de dados acessíveis pela página da Biblioteca no website da ECA: http://www3.eca.usp.br/biblioteca 2 Pioneiros
A Biblioteca da ECA começou a formar e a tratar acervos de documentos musicais logo em seu início, no final dos anos 1960, quando a Escola foi criada. Na época, discos e partituras ainda eram relativamente raros em bibliotecas. A questão que se apresentou logo de início é a mesma que ainda hoje preocupa os bibliotecários que trabalham com documentos audiovisuais: é possível tratar discos – ou partituras – com as mesmas técnicas e padrões criados para documentos textuais? E seria essa a melhor solução para um usuário tão especializado quanto os alunos e professores de música da ECA?
As normas de catalogação mais amplamente adotadas em bibliotecas foram criadas para tratamento de livros e posteriormente adaptadas aos demais tipos de documentos. Por esse motivo, não chegam a oferecer respostas aos desafios específicos do documento musical e tendem a frustrar o pesquisador. Foi essa percepção que levou a equipe encarregada de começar a organizar os discos e partituras da Biblioteca em seus primórdios a procurar outras soluções. A primeira ideia foi realizar um levantamento entre as bibliotecas e arquivos de música de outros países para descobrir como as instituições com acervo semelhante resolviam a questão. Mas a melhor solução veio do próprio público-alvo dos serviços, os alunos e professores de música da Escola. Foram as críticas e sugestões desse público que fundamentaram a decisão de criar um sistema próprio de catalogação e organização do acervo que, embora baseado em padrões existentes, priorizava atender principalmente às demandas do usuário (MILANESI, 1997).
Esses primeiros estudos conduziriam, alguns anos mais tarde, em 1978, à criação de um catálogo automatizado de partituras, desenvolvido pelo professor Denis Charalambos Stamopoulos e pela bibliotecária da Fonoteca, Ariede Maria Migliavacca. Foi a primeira base de dados da Biblioteca da ECA e, provavelmente, uma das primeiras de partituras do Brasil. 3 O Manual de catalogação de partituras
A metodologia desenvolvida pela Biblioteca da ECA para catalogação e indexação de partituras sempre despertou interesse de bibliotecários, músicos e outros profissionais envolvidos na organização de acervos musicais. Por esse motivo, decidimos transformar nosso manual interno de trabalho numa publicação destinada ao público em geral interessado no tratamento de partituras e publicá-lo. Esse manual está hoje disponível para download no site da Biblioteca, no endereço: http://www3.eca.usp.br/biblioteca/manuais
O mesmo deverá ser feito com o manual de catalogação de discos, mas ainda não há previsão de data para sua publicação. Entretanto, os pontos mais importantes da metodologia de tratamento de partituras, como a descrição do meio de expressão e as regras para registro e normalização dos títulos também são válidos para as gravações musicais. 4 Projetos e experiências: SDP e LAM
Uma das experiências mais interessantes da Biblioteca da ECA no campo da documentação musical foi o Serviço de Difusão de Partituras (SDP), idealizado pelo professor Luís Milanesi. O SDP fornecia cópias de partituras dos compositores que enviavam suas obras em depósito, recolhendo para o autor uma porcentagem simbólica sobre cada cópia. Quando foi extinto, em 1989, o Serviço já reunia 1200 partituras de compositores, muitos deles desconhecidos, ao lado de nomes consagrados como Gilberto Mendes e Ernst Mahle.
Mais recentemente, a Biblioteca participou de um projeto de catalogação de manuscritos com o Laboratório de Musicologia do Departamento de Música. Estudantes de música, sob a orientação de docentes do Departamento, catalogaram a coleção de partituras manuscritas de música sacra mineira dos séculos 18 e 19, provenientes das cidades mineiras de Ayuruoca, Brasópolis, Campanha, Catas Altas e Barão de Cocais. Uma das bibliotecárias da equipe, Analúcia Viviani dos Santos Recine, participou do projeto para garantir a um mínimo de uniformidade entre os procedimentos da Biblioteca e do LAM, já que a catalogação de manuscritos feita por especialistas em música e o tratamento da informação da forma como os bibliotecários o entendem guarda diferenças significativas. Hoje, a após a incorporação à Biblioteca das coleções do LAM , o resultado desse trabalho está incorporado à base de dados da Biblioteca (RECINE e MACAMBYRA, 2006). 5 Conservação e preservação
Atualmente, as principais medidas de conservação dos acervos de discos e partituras ainda estão circunscritas à esfera da preservação dos suportes da informação. Podemos citar: armazenamento em estantes deslizantes de aço fechadas; realização rotineira de pequenos reparos e encadernação artesanal, na Oficina de Encadernação e Conservação da Biblioteca; encadernação comercial de partituras editadas; restauro eventual e digitalização de manuscritos e obras raras; criação e confecção de embalagens para conservação, também em nossa Oficina; higienização de documentos; migração de suportes (vinil e fita magnética para CD). Por enquanto, ainda não trabalhamos efetivamente com a preservação digital, mas já estamos nos preparando para isso.
Mais detalhes sobre o trabalho de conservação realizado pela Biblioteca em nosso blog: https://bibliotecadaeca.wordpress.com/2010/04/13/a-conservacao-transformadora/
6 Perspectivas: Dédalus, FRBR, RDA
Nosso trabalho de catalogação e nossas bases de dados são experiências institucionais locais, desenvolvidas pela Biblioteca da ECA e até o momento não incorporadas pelo Sistema Integrado de Bibliotecas da USP (SIBi).
Nossos registros ainda não foram migrados para o Banco de Dados Bibliográficos da USP (Dédalus). Além das questões técnicas e políticas envolvidas, há outro empecilho à realização desse projeto: as diferenças de concepção no tratamento da informação entre nossa metodologia e os padrões de catalogação e formatação de dados da biblioteconomia tradicional. No Dédalus, por exemplo, ainda não existe um campo para uma informação fundamental para nós, que é o meio de expressão. As dificuldades não são tão grandes que não possam ser transpostas com algumas adaptações, mas os seus documentos musicais da Biblioteca da ECA ainda são minoria diante dos 2 milhões de registros do Dédalus, em sua maioria referentes a documentos textuais.
As regras de catalogação, entretanto, estão prestes a mudar. O RDA (Resource Description & Access) é um novo padrão para catalogação de documentos, concebido para o mundo digital e baseado no modelo dos Requisitos Funcionais para Registros Bibliográficos (FRBR), estudo desenvolvido pela International Federation of Library Association (IFLA) com o propósito de reestruturar os registros bibliográficos ( IFLA). Esse modelo promete trazer benefícios aos catálogos de documentos musicais, ao permitir a identificação de quatro entidades: obra, expressão, manifestação e item, enquanto a catalogação tradicional praticada nas bibliotecas tem seu foco apenas no item (VELLUCCI, p. 131). Além disso, a adoção desses novos padrões pelas bibliotecas da USP, se ocorrer, poderá ser interessante para a Biblioteca da ECA, cuja metodologia está mais próxima desse novo universo do que das regras tradicionais.
Referências
IFLA – INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY ASSOCIATIONS AND INSTITUTIONS. Functional Requirements for Bibliographic Records: final report. Frankfurt, 1997. Disponível em: . Acesso em: 29 jul. 2011.
MILANESI, Luiz Augusto. Memorial. São Paulo: L.A. Milanesi, 1997, 191p.
RECINE, Analúcia dos Santos Viviani; MACAMBYRA, Marina M. Manual de catalogação de partituras da Biblioteca da ECA. São Paulo: SBD/ECA/USP, 1998, 59p.
RECINE, Analúcia dos Santos Viviani; MACAMBYRA, Marina. A organização de acervos musicais na ECA/USP: as experiências da Biblioteca e do Laboratório de Musicologia do Departamento de Música. Revista Música, São Paulo, v. 11, p.143-154, 2006.
VELLUCCI, Sherry L. FRBR and music. In.: UNDERSTANDING FRBR: what it is and how it will affect our retrieval tools. Westport: Libraries Unlimited, 2007.
Há uma passagem num livro de Mia Couto que diz muito sobre memórias e fotografias:
– Agora, meu neto, me chegue aquele álbum.
Aponta um velho álbum de fotografias pousado na poeira do armário. Era ali que, às escondidas, ela vinha tirar vingança do tempo. Naquele livro a Avó visitava lembranças, doces revivências.
Mas quando o álbum se abre em seu colo eu reparo, espantado, que não há fotografia nenhuma. As páginas de desbotada cartolina estão vazias. Ainda se notam as marcas onde, antes, estiveram coladas fotos.
– Vá. Sente aqui que eu lhe mostro.
Finjo que acompanho, cúmplice da mentira.
– Está ver aqui seu pai tão novo, tão clarinho até parece mulato?
E vai repassando as folhas vazias, com aqueles seus dedos sem aptidão, a voz num fio como se não quisesse despertar os fotografados.
– Aqui, veja bem, aqui está sua mãe. E olhe nesta, você, tão pequeninho! Vê como está bonita consigo no colo?
Me comovo, tal é a convicção que deitava em suas visões, a ponto de os meus dedos serem chamados a tocar o velho álbum. Mas Dulcineusa corrige-me.
– Não passe a mão pelas fotos que se estragam. Elas são o contrário de nós: apagam-se quando recebem carícias.
COUTO, Mia. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 49-50.
Nesta semana, de 6 a 11, de 2010 duas bibliotecárias da equipe participarão do Curso de Conservação de Acervos Fotográficos promovido pelo Instituto de Estudos Brasileiros da USP (IEB), com o especialista português Luís Pavão e equipe. Trata-se de uma excelente oportunidade de aperfeiçoamento profissional proporcionada pelo IEB e pelo DT-SIBi, que pagou a inscrição dos profissionais bibliotecários da USP.
Os conhecimentos adquiridos nesse curso devem ajudar a equipe da Biblioteca da ECA a preservar uma coleção de aproximadamente 2.700 fotografias em papel, recebidas em doação de fontes diversas. É um material raro e importante, que inclui álbuns pessoais doados por famílias, para o qual procuramos dar o melhor tratamento de conservação possível.
Parte do material já foi catalogada, higienizada e acondicionada em embalagens próprias para conservação, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Nessa situação encontram-se:
Fotos da 2ª. Bienal de Arte de São Paulo, em preto e branco, que documentam as obras, a preparação da exposição e sua abertura. São 780 fotos já acondicionadas em envelopes de papel neutro, com proteção individual, e guardadas em arquivo de pastas suspensas.
Originais do livro História geral da arte no Brasil, editado por Walter Zanini: 260 fotos em preto e branco e 238 cromos, acondicionadas em álbuns elaborados com poliéster e cartão neutro.
Álbum de Fructuoso Vianna: fotos pessoais doadas pela família do compositor brasileiro. Já estão catalogadas e digitalizadas, e os trabalhos de higienização e acondicionamento adequado estão em andamento.
As demais fotografias da coleção ainda aguardam tratamento e conservação. Esse segmento do acervo inclui aproximadamente 600 fotografias em preto e branco produzidas pelos Arquivos Alinari que documentam obras de arte italianas; álbuns pessoais do maestro brasileiro Leon Kaniefsky; documentação de espetáculos teatrais, fotos ligadas à memória da ECA e muitas outras imagens interessantes.
Para quem se interessa pelo assunto, selecionamos alguns sites:
A Biblioteca da ECA também oferece boa bibliografia sobre o assunto conservação e preservação de fotografias, incluindo o livro de Conservação de coleccçõesde fotografia, de Luís Pavão.
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